UM ABC DA POESIA

Raul Machado (*)

– Considerações preliminares

Estabelecer regras que, uma vez obedecidas, gerem “bons” poemas, é uma atitude não só arrogante como também reveladora de pouco conhecimento da história das literaturas poéticas que se desenvolveram ao longo dos séculos, no âmbito das línguas civilizadas. O conhecimento proporcionado pela leitura analítico-interpretativa das obras e respectivas teorias que sobre elas se constituíram, nas academias e institutos universitários, onde as línguas e respectivas obras literárias, consideradas mais expressivas e socialmente importantes são estudadas, vem gerando inúmeras interpretações, avaliações críticas e cânones literários, na maioria das vezes, contraditórios entre si. É que estabelecer critérios que orientem a criação ou permitam a avaliação estética de obras artísticas, nunca teve aceitação universal, como acontece no âmbito das chamadas “hard-sciences”, as ciências exatas: matemática, física, química etc. Nestas há critérios aceitos universalmente pela comunidade científica, ao menos durante algum tempo, até que surja uma teoria mais adequada, isto é, mais verdadeira: fato que vem acontecendo na história das “hard-sciences”. A Física atual é mais verdadeira do que a Física Clássica, de Newton.

Nas “soft-sciences”, isto é, nas ciências humanas, o panorama é muito mais polêmico; há muita opinião, os argumentos são subjetivos, mesmo quando convincentes, com o peso da “autoridade”, da erudição de quem critica ou oriente, na busca de uma valoração estética de uma ideologia, muitas vezes mais política do que estético-literária.

Apesar do acima exposto, todos os que somos ou pretendemos ser bons e ávidos leitores de ficcionistas, poetas e teóricos da arte literária, e ainda ousamos produzir nosso próprios textos ficcionais e poéticos, valorizamos necessariamente, às vezes de modo inconsciente, um conjunto de características que deva apresentar uma boa narrativa ficcional, ou que se constitui num bom poema.

Proponho, nas partes que seguem a estas Considerações preliminares, apresentar conceitos e regras que constituem o meu ABC da Arte poética. Outros ABCs são possíveis. E todos serão igualmente válidos, porque fruto de muitos anos de leitura, reflexão e produção textual por parte de outros companheiros e companheiras, cúmplices na admiração compartilhada por poetas e ficcionistas, que ajudaram a construir o nosso imaginário artístico-cultural.

1ª Parte

São muitos os conceitos de poesia. Uns são amplos e cobrem todas as realizações criativas que envolvam, como unidades geradoras: palavras, sons, ritmos, movimentos corporais, linhas, formas bi e tridimensionais, cores, etc., isto é, abrangem, a rigor, toda a produção artístico-cultural. Outros conceitos remetem somente aos poemas verbais, compostos de palavras pertencentes a uma determinada língua. Tanto os conceitos de grande abrangência, como os bem delimitados possuem algo em comum: a criatividade. Palavra que, apesar de milhares de estudos psicológicos tentarem explicar-nos os sentidos e formas de expressão, ainda permanece, para a maioria das pessoas, como algo misterioso que se confunde com “talento”, “dom”. “inspiração”, “novidade” etc. O problema da criatividade é uma armadilha filosófica. É, ao mesmo tempo, fácil e difícil falar nela, pois se situa numa região intermediária entre, de um lado, a universalidade da razão (que a logicidade própria da língua abriga em seus aspectos semânticos e morfossintáticos) e, de outro lado, as anárquicas experiências subjetivas dos poetas.

Se as qualidades da racionalidade linguística são evidentes no uso cotidiano da linguagem comunicativa e informativa, na função de representação do mundo (cf. Jakobson), também é importante outra capacidade que a linguagem tem: a de absorver e expressar a subjetividade, através de símbolos carregados de significação afetiva e emocional. Símbolo é um tipo de representação onde a concretude de um significante (sinais naturais e convencionais, palavras, códigos, etc.) pode revestir-se de inúmeros significados. Alguns destes são compartilhados socialmente, outros conotam aspectos subjetivos e até mesmo inconscientes. É nessa capacidade que a linguagem tem de criar significantes com novos e surpreendentes significados, que a arte poética, a poesia, se origina. E não só a arte poética, como também as religiões e os mitos. Todos nós, cristãos, sabemos a força que pode ter um sinal da cruz e tudo o que pode evocar para cada um de nós. A capacidade de simbolizar, aliada à imaginação prodigiosa de alguns indivíduos, (os grandes artistas criadores), é uma das sementes de onde germinam a criação poética e as obras de arte em geral. É através dos símbolos que o ser humano inscreve sua presença na natureza e na sociedade, permitindo-lhe conviver com os mistérios e se organizar coletivamente.

Que o ser humano é um animal racional, já nos ensinaram os geniais filósofos gregos. Mas é também um ser de linguagem, um animal simbólico sendo os grandes poetas bons representantes deste ser capaz de criar novos símbolos, isto é, novos significantes, portadores de novos significados, ou de ressignificar velhos significados. E aí a racionalidade pode ceder lugar ao sonho, ao inconsciente, aos desejos inconfessáveis, subvertendo a construção racional da linguagem informativa/objetiva gramatical, por meio de um processo linguístico extraordinário: a METÁFORA.

2ª Parte

Os filósofos da Ciência dizem haver dois tipos básicos de raciocínio. O lógico, próprio da maneira científica de ver o mundo, com suas linearidades de causa e efeito, sob o comando da razão, da experimentação, da comprovação, da aplicação dos métodos científicos, gerando as “hard-sciences” e respectivas tecnologias. E o raciocínio analógico, onde os fatos da vida são percebidos como semelhantes, onde os significados, mesmo os mais diferentes entre si, podem relacionar-se, pela forma, pelo som, pelas aparências, pelas correlações entre sentimentos e sensações, gerando sinestesias que somente as figuras de estilo conseguem expressar. Entre tais figuras (tropos) destaca-se a METÁFORA. Essência da expressão poética, em torno dela o poeta constrói sua obra: o poema.

Poema que pode ser tradicional, com estrofes bem estruturadas, obedecendo a preceitos da versificação: rimas, ritmos, número de silabas poéticas combinando, nos versos, entre si. Ou, ao contrário, pode ser modernista, futurista, surrealista, concretista, livre das “camisas-de-força” da arte poética tradicional. Mas em ambos os casos, (tradicional ou livre), o poema NÃO pode prescindir da metáfora. Mas, não de qualquer metáfora. Porque há metáforas que devem ser evitadas por terem sido muito usadas, transformaram-se em clichês, lugares-comuns. Aí morre o poema. Por exemplo: //As lindas flores/ mostram suas gaias cores/ na primavera da vida//. O titulo desse poema é “Juventude”. E “primavera da vida” como metáfora para juventude é um clichê. Para evitar tal banalidade, torna-se necessário que a metáfora seja desenvolvida ao longo do corpo do poema e se constitua, para o leitor, em uma surpresa, uma inovação, como em “Outra pátria”, de Paulo Roberto do Carmo, poeta gaúcho: // Toda saudade é um eco que rema/ em círculos para o fundo das águas/ do sonho, e emerge, desde o primeiro/ lume da madrugada, a boca cheia / de palavras, os feitos, os afazeres/ as promissões – e rema, rema e vai/ em busca da implorada saudade de outro/ humano, de ouvidos que ecoem o riso/ a lagrima. (...)//

Aqui temos uma criativa e surpreendente metáfora para a saudade, sentimento tão comum e, por isso, tão compartilhado por todos nós que falamos a língua portuguesa.

A metáfora é um desvio semântico, uma subversão criativa da linguagem. Não se pode traduzir uma metáfora. Não pode ser dita de outra maneira. Se o for, será outra metáfora. Não existem sinônimos entre metáforas. Nelas, a linguagem diz mais do que normalmente diz. Não há dicionários de metáforas. As que se tornaram clichês estão mortas. São cadáveres de metáforas.

A função da metáfora é fazer emergir na superfície do poema aspectos da maneira de ser, sentir e conviver do poeta criador. Ela não é um mero ornamento. É detentora de experiências raras, fruto da imaginação criadora. As metáforas são novas sínteses que renovam a linguagem.

3ª Parte

Fernando Pessoa, Rainer M. Rilke e Ezra Pound são considerados por muitos como os três maiores poetas do século XX, inovadores, e criadores de grande força artística e humana.

Pound escreveu que há três tipos básicos de poesia:

1. Melopeia – constituída de poemas nos quais as palavras estão impregnadas de características musicais (som, ritmo). Aqui podemos incluir a obra dos cantautores, como Chico Buarque, o movimento RAP (rythm and music), poemas de Ascenço Ferreira e Manuel Bandeira.

2. Fanopeia – quando o poema se desenvolve em torno de imagens visuais, plásticas. Entre nós, são exemplares a dureza granítica da “Educação pela pedra”, de João Cabral de Melo Neto, alguns poemas de Ferreira Gullar e do nosso Vargas Neto.

3. Logopeia – A dança do intelecto entre as palavras. Aqui se incluiriam os pensamentos-poemas, de Fernando Pessoa e seus heterônimos, a obra poética de Carlos Drummond de Andrade, entre outros.

Tal tentativa de categorização parece-me ajudar-nos pouco na apreciação dos poemas, porque a maioria dos poetas ora apresentam poemas num tipo, ora em outro. Acho preferíveis classificações que remetem à temática preferencial de cada poeta, ou ainda às relações entre suas imagens preferidas com um dos clássicos elementos: água, ar, terra, fogo, como fez genialmente o filósofo e esteta francês, Gaston Bachelard.

Mas, em todas e quaisquer tentativas de classificação, há duas características comuns a todas as boas artes poéticas: a POLISSEMIA, geradora de muitos sentidos e a ECONOMIA VERBAL, provocadora da síntese poética.

A polissemia (ou ambiguidade) é a capacidade que a imagem poética tem de ter mais de um significado em um único significante. “Navegar é preciso/ Viver não é preciso”, de Pessoa, leva uns leitores a considerar “preciso” como “necessário”; outros leem-no como “ato de precisão, exatidão”. Daí, “viver” pode ser “não necessário” ou “impreciso”. A ambiguidade se desfaz no ato da leitura, por decisão do leitor. Por isso, considero que a poesia só se realiza no ato da leitura. Ela é a resultante do encontro de um poema com seu leitor, este também um poeta.

O poema deve ecoar na mente do leitor como algo novo e surpreendente, obrigando-o a “ouvir-se por dentro de si mesmo”, desfazendo a ambiguidade, pela decisão soberana do leitor que escolhe o sentido que mais lhe aprouver, que estiver mais de acordo com suas próprias vivências.

Apesar de grande número de estudiosos da arte poética afirmar que um poema não começa numa ideia, nem termina numa mensagem, Fernando Pessoa não concordaria com tal afirmação, pois, para ele, havia poemas que começavam numa ideia, supunham até um “planejamento” e terminariam como uma mensagem (aliás, titulo de um de seus poemas mais célebres). O heterônimo Ricardo Reis, apresentando a obra do heterônimo Álvaro de Campos, afirma num apontamento solto:

“Um poema é a projeção de uma ideia em palavras através da emoção. A emoção não é a base da poesia: é tão-somente o meio de que a ideia se serve para se reduzir a palavras. (...) Em tudo que se diz – poesia ou prosa – há ideia e emoção. A poesia difere da prosa apenas em que escolhe um novo meio exterior, além da palavra, para projetar a ideia em palavras através da emoção. Esse meio é o ritmo, a rima, a estrofe; ou todas, ou duas, ou uma só. Porém menos que uma só não creio que possa ser. (...). A disciplina do ritmo é aprendida até ficar sendo uma parte da alma: o verso que a emoção produz nasce já subordinado a essa disciplina”.

4ª Parte

Em todas as formas de Arte, há sempre aquelas obras consideradas difíceis, reservadas a poucos iniciados, eruditos, especialistas. Delas costuma-se dizer que são eruditas, por oposição àquelas obras “fáceis”, populares, como certos versos de Quintana que, entre nós, são conhecidos por muitos (p.ex.: “Eles passarão/ Eu, passarinho.”)

No caso da arte poética, podem-se considerar como eruditas aquelas obras cuja fruição demanda conhecimentos extra-literários como Línguas, História, Mitologia, Filosofia, Religião, etc. Entre tais obras, em língua portuguesa, destacam-se a epopeia clássica “Os Lusíadas” e a epopeia moderna “Mensagem” de Fernando Pessoa. Para desfrutar da beleza dessas obras, o leitor precisa estar muito bem preparado. Segundo a Professora Eleusis M. Camocardi (in “Fernando Pessoa – Mensagem: história, mito, metáfora”), para compreender e apreciar essa obra, é necessário que o leitor tenha sólidos conhecimentos da história de Portugal, das mitologias romana, cósmica, céltica e judaica, do simbolismo templário e rosa-cruz. Tudo isso combinado a elementos metafóricos de espiritualidade, misticismo e patriotismo, expostos em quatro dimensões:

a) Mítica: da formação do território aos primórdios da nação;

b) Épica: da expansão do território aos mitos da conquista;

c) Trágica: os heróis e os símbolos do dever-ser; e

d) Profética: a esperança do Quinto Império.

Isso nos remete à necessidade da preparação do leitor para a apreciação de tais obras. Um texto, especialmente os poéticos (econômicos, plurivalentes e simbólicos) apresenta na sua materialidade, indícios, pistas, que o autor dissemina explícita ou implicitamente, nas entrelinhas, com o fito de levar o leitor a determinado sentido. O leitor, entretanto, não é uma página em branco na qual o autor imprime seu sentido. Não. O leitor não é passivo e, muitas vezes fica aquém, ou vai além das intenções comunicativo-expressivas do autor. O leitor constrói o seu próprio sentido, que pode ser mais ou menos semelhante ao do autor. Há, portanto, leituras que se aproximam do projeto de dizer do autor. Há leituras que se afastam de tal projeto.

Toda leitura depende da cultura pessoal do leitor, de seu conhecimento de mundo, como ensina a Professora Ingedore Villaça Koch: “Duas pessoas dificilmente farão a mesma leitura de um texto. Não há texto totalmente explícito (especialmente os poéticos). Como se chegar ao que está implícito? Ligando o que está no texto ao nosso saber de mundo, o leitor com pouco conhecimento fará uma leitura superficial. Quanto mais acumularmos de saber, mais a fundo chegaremos”.

Por isso, escrevi num meta-poema:

// “O texto é enganador,/

Ilude tão completamente/

Que transforma pro leitor/

Em verdade o que lhe mente/

E, assim, neste intertexto/

Insinua-se a questão/

De saber se é só o contexto/

Que desvela a ficção”//

(Para os conhecedores de Fernando Pessoa, o intertexto aqui se faz com os célebres versos de “Auto-psicografia”: O poeta é um fingidor/ Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente)

5ª Parte

Em síntese: Este ABC enfatizou a METÁFORA como a essência da poesia. Uma metáfora criativa, inovadora, semanticamente subversiva, capaz de fazer emergir na superfície do texto indícios da maneira de ser, pensar, sentir e conviver do poeta. Valorizou, ainda, a metáfora que se desenvolve ao longo de todo o poema, conferindo ao mesmo unidade temática, como no já citado “Outra pátria”, de Paulo Roberto do Carmo. A metáfora pode ser, como nos pensamentos-poemas do genial Fernando Pessoa, inaceitável do ponto de vista da lógica formal, mas afetivamente lógica, como em:

“O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,

Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,

Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.”

Ou quando ainda afirma:

“O mito é o nada que é tudo.

O mesmo sol que abre os céus

É um mito brilhante e mudo,

O corpo morto de Deus,

Vivo e desnudo.”

Tendo a metáfora como a semente geradora da arte poética, este ABC destacou, ainda, algumas outras características comuns à linguagem poética: a polissemia e a economia verbal. Chamou a atenção para a lição de Pablo Picasso que, indagado sobre o valor do conteúdo na obra de arte, afirmou: “Uma obra artística é 90% forma e 10% conteúdo.” Nesse sentido, a forma na arte poética confunde-se por um lado, com o que a tradição nos ensina nos tratados de versificação e, por outro lado, com a marca estilística que o poeta confere à totalidade de sua obra. O estilo é a voz do poeta, o seu jeito de cantar, a sua marca digital, o seu DNA poético, que se concretizam, sobretudo, no jogo linguístico da metáfora, filha do pensar analógico, herdeira do pensamento mágico. (*)

Por fim, este ABC acolheu, dentre os inúmeros conceitos de poesia, aquele que, filiando-se à Estética da Recepção, afirma que a poesia resulta do encontro de um poema com seu leitor. Se, ao ler o poema, o leitor emociona-se, sente-se envolvido pelo mesmo, então a poesia acontece.

(*) Quanto à tradição da arte poética em língua portuguesa, exposta nos tratados de versificação, lembro o que me disse certa feita, o poeta Mário Quintana: “– Você ainda não construiu um soneto decassílabo? Não? Então ainda não és um poeta. O decassílabo e a redondilha maior (sete silabas) são os versos de ritmo natural da nossa língua. Quem não domina esses ritmos não é, artesanalmente falando, um poeta da língua portuguesa. E já vou te dizendo que fazer um soneto é tão difícil quanto dançar frevo atado numa camisa-de-força. Mas quando se consegue, é um verdadeiro orgasmo.”

Santa Sabedoria!

http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/4747499

- Este “UM ABC DA POESIA” é de autoria do professor e poeta Raul Machado, que conta 83 anos, e me honrou com autorização explícita e recente para esta publicação. Veja-se o seu currículo de vida e obra, abaixo. Resolvi dar publicidade ao ensaio em minha página no Recanto das Letras – o qual se encontrava inédito – porque entendo que esta peça é importantíssima: um dos melhores textos sobre Arte Poética, que chegou ao meu conhecimento, em mais de 40 anos de poesia. Matéria profunda, todavia possivelmente compreensível para entendidos e iniciantes.

Porto Alegre, RS, 28/03/2014. Joaquim Moncks.

(*) Raul José Moraes Machado nasceu em 1931, em Caçapava do Sul/RS, cidade que, então, cultivava suas origens açorianas em solenes novenas do Divino Espírito Santo. Numa dessas festas, foi Imperador, personagem que exibia com o orgulho de seus cinco anos de idade. Nasceu aí, provavelmente, seu gosto pela atuação teatral que veio a desenvolver, mais tarde, já em Porto Alegre, quando, ainda universitário, começou a participar de grupos de teatro. Desde então, atuou em mais de 20 espetáculos, recebendo, em 1977, o “Prêmio Açorianos de Melhor Ator”, por seu desempenho em “Jogos na Hora da Sesta”. Toda essa atividade “teatreira” foi feita como “terapia ocupacional”. Sua ocupação principal foi o magistério. Licenciado em Letras Neolatinas pela UFRGS, foi professor de Línguas (Português, Francês e Inglês) e Literatura em várias escolas públicas e particulares. Lecionou, em nível superior, Metodologia de Ensino e Currículos e Programas, junto à Faculdade de Educação da UFRGS. Especializou-se em Linguística, na SORBONNE (1959 – 1960). Exerceu funções técnico-pedagógicas na Secretaria Estadual da Educação. Considera-se principalmente um linguista (português, latim, castelhano, francês, italiano, inglês; um pouco de alemão e um quase-nada de japonês). Colaborou com a Revista do Professor, onde publicou 23 trabalhos. Aposentando-se em l992, passou a publicar sua produção poética, sempre como edição do Autor, cujos títulos são: ”Graffiti e Epigramas”, “Carteira de Identidade”, “As Cinco Estações”, “Zen-Reversos” e “Porto do Corpo”. Obteve o terceiro lugar no Concurso Nacional de Poesia Lila Ripoll, promovido pela Academia Literária Feminina do RS e Menção Honrosa, em concurso promovido pela Assembleia Legislativa do Estado/RS. Publicou três livros de ensaios culturais: “De Poesia & outras Prosas”, “Por Caminhos da Cultura Brasileira” e “Culturas na Atualidade – Pré-modernas, Modernas e Pós-modernas”. Colabora mensalmente, com textos em prosa sobre assuntos de interesse cultural, e poemas, no RS Letras, do Instituto Cultural Português, de Porto Alegre. É autor de uma peça de teatro “Vala Comum”. Participou de várias Antologias de Poesia: “Autores Gaúchos – 2006” – Ed. Caravela, do Instituto Cultural Português, de Porto Alegre; “Autores Gaúchos – 2007” – do ICP; “Poetas Açorianos e Gaúchos” – do ICP; “Poesia Geminada – Porto Alegre & Açores”, do ICP, 2013, e “Coletânea da Poesia Gaúcha Contemporânea”, organizado por Dilan Camargo, publicado pelo Dep. de Relações Públicas e Atividades Culturais, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, 2012.