O REDIGIR METAFÓRICO

A redação metafórica faz parte do processo instigante da Poética, e, através da sugestionalidade proposta, conduz à reflexão. Nem sempre é o que, num primeiro momento parece induzir, pois que há um véu sobre o fato subjacente, tido, havido (ou criado através da palavra), que reinventa estas situações ou a refunde no cadinho fervente da emoção, logrando produzir o seu efeito imediato: a COMOÇÃO na cuca do leitor. Tanto a Poesia quanto a Prosa Poética pervivem como Arte pela alta codificação (Poesia) ou pela rarefação de códigos verbais (Prosa Poética), tudo isso levado a efeito pela metaforização, a qual leva o leitor a voejar no sentido CONOTATIVO das palavras, devido à universalidade de linguagem, com várias possibilidades interpretativas. É esse "estranhamento" (que se sente ao ler o texto grávido de Poesia) o fenômeno que nos leva, em algumas vezes, à transcendência: aquela que jaz além da fronteira do conhecimento, enfim, naquilo que transcende a própria consciência, e que é o mais alto patamar que se pode perceber na Poesia enquanto poema. E, logo de imediato, quando o leitor questiona (no abrir-se da leitura) o porquê do título do texto ou do poema, fica óbvio que o receptor está realmente envolvido no processo de reflexão proposto pelo mistério verbal. Então, por certo, a Poesia está pervivente, pulsando no texto para além do possível fato original ou da própria farsa criada por força das palavras. Tal “o coração zunindo ao som de abelhas”, em nossa prosa poética O EU E AS ABELHAS. Porque a Poética não se destina a dar respostas e, sim, a propor questionamentos, provocando o ser...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2013.

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