Feliz Vida Nova para os velhos

Prólogo

No dia 12/Dez, quarta-feira próxima passada, ouvi de um jovem (42 anos) as seguintes palavras: "Tenho uma esposa dedicada e mãe exemplar; uma amante nova, linda e discreta; um emprego fixo com salário justo; carro do ano; uma boa saúde... Mas estou sempre me sentindo inútil e desnecessário. Há algo errado comigo professor?".

Sim. Respondi incontinenti. Há algo de muito errado com a maioria das pessoas jovens, saudáveis e que se dizem satisfeitas com suas conquistas materiais. A perda da autoestima esta acontecendo com a maioria dos humanos. Enquanto os idosos se sublimam os jovens se degradam na autodestruição e improficiência.

É muito útil e necessário para os considerados idosos a expressão “Fazer a cabeça”. Para os divorciados, viúvos, solitários por opção, é vital. E para quem, igual a mim, que está prestes a completar sessenta e cinco anos de idade (13/04/2014), é prioridade favorável, uma questão de sobrevivência no mundo globalizado e competitivo de hoje. Os diletos e/ou sagazes notáveis leitores poderão pensar e até dizer:

“Ah! O velho misantropo está tendo uma crise existencialista. De tanto refletir sobre si mesmo e se olhar nos inúmeros espelhos de sua fortaleza, o narcisista deu-se conta de que o tempo é inexorável.". Não. Não é por essa razão que hoje resolvi escrever sobre o tema: Feliz Vida Nova para os velhos.

PESSOAS CRIATIVAS PENSAM DIFERENTE

Sou criativo! As pessoas criativas pensam com mais clareza e por isso compreendem a importância desse processo, isto é, do envelhecimento com dignidade, altruísmo e desinteresse do Eu matéria. Sem querer puxar a brasa para a minha piaba, ao iniciar a escrita deste texto, pensei:

“Preciso acertar minha mente para escrever algo bom e, assim, elevar o amor próprio de quem de minha experiência necessita. Sei que sou capaz de escrever um trabalho magnífico.”.

Tentarei “fazer a cabeça” dos descrentes, mas crédulos de suas incapacidades em superar suas dificuldades existenciais. Sob a magia do som inebriante de uma sequência de músicas célticas urdirei um texto no esplendor da luz difusa que me induz ao espetáculo da criatividade. Farei de minhas palavras o lenitivo mais doce e suave para sublimar a autoestima dos que se consideram velhos e fora do páreo entre os mais jovens e bonitos, mas sem o conteúdo edificado e proporcionado pela experiência.

A GERIATRIA EM XEQUE

A primeira e melhor ideia é: Nós, homens e mulheres de idade acima dos sessenta anos, devemos esquecer a parte da medicina que estuda e trata das doenças típicas da terceira idade (Geriatria). Em todo o mundo há muitas óticas e farmácias. Quem conhece Campina Grande/PB sabe que por aqui excedem essas casas comerciais.

Ora, não estou querendo dizer que os idosos NÃO PERDEM, naturalmente, suas resistências às moléstias mais conhecidas e, algumas, mais fracas (Visão, audição, osteoporose, sobrepeso, psoríase, dermatites, manchas de pele, eczemas, micoses, vitiligo, sarna etc. estou querendo dizer que se houver uma alimentação equilibrada com a prática de exercícios regulares a geriatria ficará em xeque.

Nós, homens e mulheres de idade, não devemos nunca nos diminuir! Já existe gente em número suficiente no mundo bizarro de hoje cuidando e tentando fazer isso e certamente não precisam da nossa ajuda.

A autodegradação torna-se uma segunda natureza, isto é, começa a fazer parte de nossas vidas, quando começamos a descuidar de nossa aparência: Alimentação, dentes, pele, cabelos (Não é o meu caso), prática de exercícios regulares, vestuário. Geralmente nem notamos que estamos nos colocando em posição inferior quando somos negligentes com o nosso corpo físico.

RELEMBRANDO PERÍODOS DE UM TEXTO RECÉM-ESCRITO

No texto recém-publicado “MENSAGEM DE FIM DE ANO” asseverei que priorizar é o segredo do sucesso. Naquela ocasião escrevi:

“MUDANÇAS. Sim. Todos queremos mudanças! Não apenas nas nossas vidas e atitudes, mas, principalmente nos rumos de nossa nação no que diz respeito à política: Saúde. Segurança Pública. Moradia. Educação. Emprego.”.

“Se todos nós vivermos nossas vidas sem nos intrometermos nas ações dos nossos semelhantes (“VIVA E DEIXE O OUTRO VIVER”) certamente teremos mais tempo para priorizar nossas benfazejas atitudes e ações. Idealizando o amor, o trabalho, a família, os amigos e todas as relações interpessoais nas quais estivermos envolvidos obteremos sucesso em nossas aspirações.”.

No texto “OS AMANTES NÃO DEVEM TER VERGONHA DOS SEUS ATOS” escrevi solene e sem pejo do ridículo:

“(...) As relações interpessoais não conhecem fronteiras ou limitações impostas por uma sociedade decadente e carente de afetos básicos como os de um caloroso abraço, uma palavra amiga, um afago no ego por causa de um elogio sincero(...)”.

Estou com isso querendo dizer que, nós componentes da terceira idade, (Usando o eufemismo “terceira idade”) não apenas devemos nos orgulhar de nossa excelsa experiência, mas, sobretudo devemos praticar a indulgência para melhor compreender as fraquezas alheias, mormente as dos mais jovens.

Observação oportuna e pertinente:

EUFEMISMO: Figura de linguagem baseada na substituição de palavra ou expressão que possa ter sentido triste, grosseiro, ou seja apenas desagradável, por outra de sentido mais suave ou conveniente (p.ex.: traseiro ou bumbum no lugar de bunda, esguio no lugar de magro, descuidado no lugar de irresponsável ou desidioso, terceira idade ou melhor idade no lugar de velho, decrépito, senil etc.).

É claro que há quem afirme que nós velhos sempre temos crises de rabugice, isto é, frequentemente estamos de mau humor ou somos dados a ter acessos de irritação. Isto não é totalmente verdadeiro. O fato é que a virtude da paciência ou tolerância entre todos os seres humanos, precisa ser trabalhada mais amiúde.

Também quero deixar bem claro que os excessos nessa busca incessante da Feliz Vida Nova para os novos e velhos devem ser evitados. A temperança é um bom começo para a conquista do ideal modo de vida saudável e responsável.

CONCLUSÃO

Quero encerrar este texto transcrevendo parte do trabalho da eminente Psicóloga Médico-Hospitalar, Psicanalista e Psicóloga Motivacional. Essa estudiosa e notável profissional é especialista na Terceira Idade e em Tabagismo. Trata-se de Solange Quintanilha:

PARTE DO TEXTO "A PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA COM A APARÊNCIA FÍSICA"

“É profundamente necessária uma tomada de consciência, de que os cuidados com o corpo não devem ser dessa forma tão intensa e ditatorial como se tem apresentado nas últimas décadas, pois devemos sempre respeitar os limites do nosso corpo e a nós mesmos.

Essas buscas atendem muito mais às nossas necessidades de relacionamento e as nossas necessidades profundas. Qualquer relação que supervaloriza o físico cria uma insegurança profunda nos parceiros.

O cuidado com o corpo, seu embelezamento, sua higiene, os perfumes, as roupas e seus enfeites podem ser importantes, mas a relação humana vai, além disso.

O único fator de aproximação entre as pessoas não é a beleza física, ela pode até contribuir num primeiro momento para a atração, mas há outros fatores mais importantes que devem ser cultivados para a possibilidade de êxito nos relacionamentos.

Acreditamos que o amor acontece na superficialidade estética e nos esquecemos que o companheirismo, a aceitação das diferenças, a alegria, o dom de admirar o outro, a capacidade de diálogo, o interesse pelo outro, o bom humor, o entusiasmo, o respeito e o apoio à felicidade do outro, a amabilidade, o afeto, o acolhimento, a ternura, são laços muito fortes, e meios muito mais intensos e definitivos na construção de um verdadeiro relacionamento.” – (Parte do texto: “A preocupação excessiva com a aparência física” – Postado por Solange Quintanilha).

MEU RESUMO DA CONCLUSÃO

Enfim, posso complementar escrevendo o básico e trivial ensinamento de que o envelhecimento ativo deve ser composto NÃO APENAS de atividade física adequada à idade e estrutura óssea, alimentação saudável e atividade cognitiva. Nós idosos não precisamos praticar o salto livre como o paraquedismo, “snow board”, voo livre, balonismo, asa-delta, esqui, canoagem, motocross, entre outras, todas próprias para pessoas mais jovens e/ou irreverentes.

Atividades culturais tem tudo a ver com envelhecimento ativo. E, dentre as atividades culturais quero sugerir e enaltecer: Viagens, prática de esportes adequados à idade, o teatro, o cinema, a música, a dança, o estudo diversificado de outros idiomas, as boas leituras e a escrita como sempre faço e também por ser instigado a fazê-lo. Isso é o que podemos chamar de Feliz Vida Nova para os velhos!