Teorias Literárias: a narrativa e o drama
Para que houvesse uma maior organização na classificação dos textos constituintes de obras literárias, foi convencionado que se agrupassem segundo características comuns. Desde a antiguidade clássica, então, três gêneros fundamentais foram catalogados de acordo com o seu conteúdo: o lírico, o narrativo e o dramático.
Àquelas espécies literárias que oferecem uma interpretação do mundo, por intermédio de uma história, narrativas, portanto, são atribuídas subclasses, quais sejam a epopeia e a ficção moderna. Esta última, por sua vez, subdividida em três importantes classificações: romance, novela e conto. Essas obras do gênero narrativo afastam-se do lirismo, primando pela objetividade, conferindo às personagens um movimento para fora da subjetividade do autor.
Esse distanciamento do eu que escreve, causa que o foco da narrativa atente para as exterioridades, observando o pensamento e a ação das personagens dentro de tempo e espaço determinados. O exame dos acontecimentos nessa modalidade textual está sobre fatos (de ficção), os seres humanos (de ficção), o mundo (da ficção). O fato e a ação das personagens dentro de um fluxo de tempo são, portanto, a síntese da teoria narrativa.
O gênero dramático, destarte, envolve uma duplicidade de aspectos, pois é fenômeno literário, enquanto texto e, representação, no momento do espetáculo. Neste último aspecto, as questões expressivas já não são exclusivamente linguísticas, mas do domínio facial, gestual e da disposição e movimentação das personagens num espaço cênico. No palco, os atores ora dialogam, ora monologam. O narrador é substituído pela rubrica, tornando o enredo fundamental nesse gênero literário.
Dentre as espécies dessa literatura dramática, são de interesse especial a tragédia, a comédia – de origem grega – e o auto. A ponte de ligação entre os gêneros narrativo e dramático é o seu sentido moral, sempre explorado nas obras em que aparecem, antigamente com objetivos de cunho religioso, hoje, político e social.