A APAIXONANTE ARTE DE CONSTRUIR IDEIAS
na vida de minhas retinas tão fatigadas.”
Esses dois versos é o diferencial do repetitivo.
Resta-nos o questionamento: De que o EU POÉTICO de Carlos Drummond, não esquecerá?
"(...) Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra"
Leiamos atentamente o poema:
No meio do caminho
Por Carlos Drummond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
Este poema nos mostra a perfeita síntese de um fato passado, e perturbador, desde então solucionado, na vida fictícia do poeta - ou não!
O seu eu poetico lembra do que impedia a sua caminhada, aparentemente irremovível, porém, em dado momento deparou-se, com a solução tão óbvia, que o pasmou. Todo o tempo ao seu alcance, bem a sua frente. Precisava tão pouco, para se livrar do indesejado...
A lembrança do que esteve todo o tempo ao seu alcance, sem que conseguisse enxergar, o faz repetir: “tinha uma pedra no meio do caminho...” Inesquecível foi a descoberta do quanto foi simples removê-la.
Quem dera podermos entender e alcançar o que está por trás das palavras.
O trabalho A apaixonante arte de construir ideias de EstherRogessi foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
O que me encanta no poeta é o seu poder nato, de transformar em letras os seus sentires; de gerir emoções inimagináveis, através do óbvio, do aparente, do que comumente, passa despercebido por muitos, e quando percebido... Reputado por nada, ou quando muito, por algo de pouco valor.
Sabemos que uma pedra é algo comum, porém, dependendo de quem a olha, ou toca, pode ser transformada em uma matéria construtiva, ou destrutiva; também pode ser transformada, em obra de arte – esculpida, ou ainda, em uma metáfora imortalizada, como aconteceu com a "pedra" citada no poema do “ícone poético brasileiro”: Carlos Drummond de Andrade, através do seu poema: No meio do caminho.
Quando Drummond o escreveu, causou controvérsias e rejeições, por parte de alguns críticos da época, que não estavam à altura dos seus sentires. Um poema repetitivo, onde são enfatizados três vocábulos: pedra, meio, caminho, enfatisando o verbo TER no pretérito imperfeito: TINHA.
Em todo o poema, apenas dois versos lhes dão um toque inusitado:
“Nunca me esquecerei desse acontecimento Sabemos que uma pedra é algo comum, porém, dependendo de quem a olha, ou toca, pode ser transformada em uma matéria construtiva, ou destrutiva; também pode ser transformada, em obra de arte – esculpida, ou ainda, em uma metáfora imortalizada, como aconteceu com a "pedra" citada no poema do “ícone poético brasileiro”: Carlos Drummond de Andrade, através do seu poema: No meio do caminho.
Quando Drummond o escreveu, causou controvérsias e rejeições, por parte de alguns críticos da época, que não estavam à altura dos seus sentires. Um poema repetitivo, onde são enfatizados três vocábulos: pedra, meio, caminho, enfatisando o verbo TER no pretérito imperfeito: TINHA.
Em todo o poema, apenas dois versos lhes dão um toque inusitado:
na vida de minhas retinas tão fatigadas.”
Esses dois versos é o diferencial do repetitivo.
Resta-nos o questionamento: De que o EU POÉTICO de Carlos Drummond, não esquecerá?
"(...) Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra"
A inanimada musa de Drummond, a PEDRA, neste poema, está precedida do verbo TER no pretérito imperfeito: TINHA (...) No meio do caminho tinha uma pedra
A tempo verbal usado por Drummond nesse poema expõe os seus sentires; explicita o seu drama e soluciona a enigmática repetição dos vocábulos explicitados.
Leiamos atentamente o poema:
No meio do caminho
Por Carlos Drummond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
Este poema nos mostra a perfeita síntese de um fato passado, e perturbador, desde então solucionado, na vida fictícia do poeta - ou não!
O seu eu poetico lembra do que impedia a sua caminhada, aparentemente irremovível, porém, em dado momento deparou-se, com a solução tão óbvia, que o pasmou. Todo o tempo ao seu alcance, bem a sua frente. Precisava tão pouco, para se livrar do indesejado...
A lembrança do que esteve todo o tempo ao seu alcance, sem que conseguisse enxergar, o faz repetir: “tinha uma pedra no meio do caminho...” Inesquecível foi a descoberta do quanto foi simples removê-la.
Quem dera podermos entender e alcançar o que está por trás das palavras.
O trabalho A apaixonante arte de construir ideias de EstherRogessi foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.