Arte
A arte que exprime a vida, é misteriosa como ela. E, por menos que desejemos a arte cerca a nossa vida, como fez com a dos nossos antepassados mais remotos. Historiadores, moralistas, biólogos, metafísicos, todos os que pedem à vida, o segredo de suas origens e de seus fins, procuram, mais cedo ou mais tarde pesquisar porque nós nos identificamos com as obras que manifestam a vida.
A arte nos leva ao homem, e ao universo que flui através dele. Ela ultrapassa o instante fugidio e o prende, subtrai-se à ação do tempo e mostra o homem, pequeno, medíocre, sublime, este gigante criado por Deus, que se perpetua de todas as formas; deixa as suas pegadas, seus sofrimentos, sua angústia e sua glória, em cada tela, em cada página, no mármore informe que transforma em cópia da vida. A arte fixa a eternidade móvel, na sua forma momentânea. Ela segue o homem como sua sombra, através dos séculos, mas permanece enquanto o homem perece – um produto do homem que persiste ali, vivendo, testemunho eterno da vida que originou a sua. E então se faz uma comunicação através dos séculos: outras vidas vêem o que uma vida criou, o que uma vida sentiu, o porque muitas vidas morreram. A arte é um apelo à comunhão dos homens; ela perpetua a história. A arte fala sempre.
Roberto Gonçalves
A arte que exprime a vida, é misteriosa como ela. E, por menos que desejemos a arte cerca a nossa vida, como fez com a dos nossos antepassados mais remotos. Historiadores, moralistas, biólogos, metafísicos, todos os que pedem à vida, o segredo de suas origens e de seus fins, procuram, mais cedo ou mais tarde pesquisar porque nós nos identificamos com as obras que manifestam a vida.
A arte nos leva ao homem, e ao universo que flui através dele. Ela ultrapassa o instante fugidio e o prende, subtrai-se à ação do tempo e mostra o homem, pequeno, medíocre, sublime, este gigante criado por Deus, que se perpetua de todas as formas; deixa as suas pegadas, seus sofrimentos, sua angústia e sua glória, em cada tela, em cada página, no mármore informe que transforma em cópia da vida. A arte fixa a eternidade móvel, na sua forma momentânea. Ela segue o homem como sua sombra, através dos séculos, mas permanece enquanto o homem perece – um produto do homem que persiste ali, vivendo, testemunho eterno da vida que originou a sua. E então se faz uma comunicação através dos séculos: outras vidas vêem o que uma vida criou, o que uma vida sentiu, o porque muitas vidas morreram. A arte é um apelo à comunhão dos homens; ela perpetua a história. A arte fala sempre.
Roberto Gonçalves