Musas do verso
Nos trechos investigados através da invocação às musas e interferência destas nos homens, dá-se nos casos, uma relação entre o mundo dos homens e o mundo dos Deuses. Ela que intermédia esses extremos, que canta a ordem, ela que tece harmonia, ela que é invocada e é ela que faz o tempo correr fundando um novo saber.
A inspiração adquirida e solicitada nos versos pelos poetas é apropriada, para invocar e dar vida ao discurso dos personagens. Assim, também se detecta na passagem dos versos, conselhos destas que cria uma relação de comunicação intermediária entre os dois mundos “Mortais e Deuses”. Esta filha de Zeus, em contato com o poeta, tece palavras doces e são complementadas pela criatividade e dinâmica na medida em que a narrativa segue.
Esta criatividade desenvolvida do poeta parece tender claramente pelo seu próprio cantar, que se organiza e se determina a partir de uma estrutura sinfônica (oposta), ou seja, necessita do seu oposto para funcionar como numa dialética, (que discorda para se aproximar da verdade).
A fluidez original dos seus versos, partindo de uma música ou de um senso que era útil naquela época, torna a proposição da arte poética senão belo (como um conceito antes não alcançado pela sua inovação), então sinuoso e envolvente a ponto de entreter e fazer buscar os conceitos justificados naquela obra.
Dizer sobre o criativo no poeta é também dizer sobre a sua inspiração. E dizer sobre a inspiração no arcaico, é também dizer sobre as musas que andam sobre suas cabeças, com pés leves e suaves, e que os alimenta com o mel doce do planar de suas palavras em suas cabeças. De sua mãe e tutora (Cosmogonia, Hesíodo), cabe como função memória preservar a cultura. O que em Homero não diz nem aborda claramente. Já em Homero, o que é claro e é função na Ilíada, dá indícios sobre o preservar de seus costumes, justificativa de uma razão e a promoção do belo enquanto dure.