Considerações óbvias sobre um problema óbvio

Escrever é como caminhar por uma hora seguida: você necessita criar o hábito. E devagar. Caso contrário você se frustra.

É até engraçado de certa forma o começo de quando o escritor deseja escrever algo literário. A vontade que se tem é que o que passa na cabeça seja diretamente passado para o papel, ou no caso dos escritores mais modernos para a tela do computador. Não é desejado o esforço, apenas o resultado, e principalmente que o resultado seja bom, tendo sérias tendências de desgostar do trabalho quando achamos que saiu ruim.

Mas isso mata o processo de escrever. Vale lembrar que aquele que vos escreve é um forte leitor de obras parnasianas e há um ensinamento nessa corrente que é bem interessante. O autor deve trabalhar bastante na sua obra, mas não de forma exaustiva a ponto de perder a naturalidade do escrito, já que o que é escrito vem de dentro e na mente do autor o produto escrito funciona exatamente daquele jeito.

"Deixar a obra descansar" também é importante, principalmente se o autor acha que ela é um fracasso. Na verdade, aquele que vos escreve acha que não existe fracasso, por dois motivos principais: Primeiro, é necessário que o autor dê um tempo para o que escreveu depois de trabalhar ao máximo, nem que seja poucas horas, já que isso faz com que as ideias sejam revisadas internamente e depois sejam aprimoradas; e segundo porque aquele que vos escreve acredita que o fracasso seja uma forma de cultivar o terreno das ideias e criar algo novo.

Porém, essas duas ideias, que acima de tudo já são disseminadas no manual dos escritores só reforçam um pedido: Escreva. É bom quando você, escritor, escreve. Faz bem tanto pra você quanto pra quem lê o que você escreve.