Fogo e Gelo, e os “Ventos Uivantes”
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Aos pensamentos que fala mais alto que a voz dos nossos instintos mais escondidos, a tormenta de tentar entender e desvendar um simples olhar, que se esconde da visão impiedosa, atirando aos ventos a dor do tão sonhado e singelo gesto, o grito na noite por um coração quente que aquece a alma, não quero mergulhar em um iceberg de solidão inigualável dos vales de tristeza a perder-se por longos caminhos de céu cinzento, e no profundo ardor da alma dilacerada, do descontentamento e insatisfação.
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Aos pensamentos que permanecem constantes no intimo, no mais profundo e irreconhecido ser, é tao fugaz minha insatisfação, que meus destroços manipulam minha visão, sou cativa, sou errante, sou a labareda que arde no descontentamento, e se fico distante do salpicos de sua expressão afável sinto-me cruel e sem vida. De-me de comer e de beber, mas não quero pão nem água então, somente a água doce dos seus lábios e alimentar das palavras graciosas que direcionas amim amor meu, pois já não quero comer a comida deste mundo, se for pra morrer, morrerei com sede de teus lábios.
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Aos pensamentos com altos olhares incertos e tórridos, alheio-me da inercia dos olhos vendados, da utopia de amores, do relógio na mão, das noites frias de inverno a espreitar da janela, digo boas, vinde, mas a contento no vento no frio congelante, a alma ressequida, ver-te com reflexo ofuscante no alto de uma torre em noite de luar, parado
atônito com olhar mirante de uma coruja de hábitos noturnos, miragem vida minha, a dor sustenta-me pois sou voraz por toma-lo, voa, voa ventos uivantes como lobos ferozes, leva-me um recado, diz ao meu eterno amor, sonhei, sonhei, mas ao som do trovão despertarei, quero-te amado meu, sejais para mim um fruto real.
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Aos pensamentos talvez descontento do tumulo vazio, do arrepio, do amor sádico, do amor efêmero, do amor tórrido, do amor ilusório, do amor vivido, ao qual por tudo desejo-te, quero provar do teu doce fruto, do verdadeiro mel.