O vento Frio nas Folhas Secas
No amanhecer ouve-se suavemente o vento a passear sobre as folhas secas no jardim, não é nada, mas em dias de luar e noites escuras, vem o vento e traz com sigo a nova, em reclame de tempos de outrora, a vagar na mansão dos antepassados, por instantes movendo-se lentamente de passagem, oque procura?
Ainda não sei, permaneço atordoada, os passos me perturba não me deixam cair no sono, peço a mim mesma, ouve, o canto do passado ao reencontro do presente anunciado o então desconhecido, espreito a janela, vejo palidez de uma face já sofrida a anos afio, de um olhar longínquo, do medo a repetir-se.
Mas veja! As folhas secas ainda estão ao mesmo lugar, e então o relógio no alto da torre de uma velha igreja a tocar, nas badaladas fico a espreitar, e ainda sim as folhas secas não se move, certamente a espera do vento frio que acabara de chegar, as noites são frias, e o vento como um relógio chegara a hora marcada, sinto o arrepiar na espinha.
O medo me domina, insisto a me enganar, não a de ser nada, mas as folhas secas como um grito, denuncia o vento frio, minha alma estremece com cada estalar, a noite se vai, e logo recomeça o dia, e as folhas ainda estão lá, passo o dia ao pensamento o acontecido, dia pequeno noites eternamente longas o dia se vai, recomeça a escuridão com o pesar de minhas pálpebras pego-me a adormecer.
Mas logo me desperto com o vento estalando as folhas secas, espreito novamente, a curiosidade me atormenta anseia por segui-la, no passo tão estreito dos meus medos, desci as escadas da velha mansão, como uma neblina branca e serena, o vento frio segue ao jardim, a um encontro, ainda na se sabe, ao segui-la vejo uma lapide, e o vento desaparece por completo me aproximo, e no meu olhar de espanto e medo fixados na frase cunhada, a surpresa!
O nome e a foto de dois jovens de data antiga, retratando a dor de um amor proibido, que encontrou no suicídio um desfecho, que superara e sobrevivera o tempo chegando a eternidade e as folhas secas ainda estão lá.
Autora: Adryane Abreu