Trova - teoria
Inicialmente, denominava-se Trova qualquer poema ou canção, chamando-se trovador o poeta - ou vate -, aquele que declamava a trova.
Depois, passou-se a chamar trova a forma fixa que hoje conhecemos.
Trova é um poema monostrófico (contém uma estrofe apenas) com 4 versos heptassílabos (redondilha maior), sem título, que se completa em seus quatro versos.
A trova também se chama quadra ou quadrinha. Porém esta sinonímia não é perfeita, uma vez que as regras rígidas da trova não se fazem necessariamente na quadra.
O esquema rímico da trova é de rimas alternadas (ABAB) ou opostas (mais raras) (ABBA). Mais raramente, por se distanciar do esquema rímico padrão, existem as trovas (mais apropriadamente chamadas quadras) que têm o esquema XAXA, rimando apenas os versos pares.
Há a necessidade de se diferenciar a trova da quadra que compõe um poema maior, vez que a trova se completa em si, sem aceitar mais nenhuma estrofe.
Exemplos de trova:
"Sentei-me frente à TV,
você também se sentou;
não percebi mais você,
assim a vida passou."
(Carlos Severiano Cavalcanti)
"Do sol tu tens o calor,
da lua, a beleza infinda.
O véu te encobre em pudor,
mas tua nudez é linda."
(Paulo Camelo)
Referência bibliográfica:
CAMPOS, GEIR. Pequeno dicionário de arte poética. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1960.
CAVALCANTI, CARLOS SEVERIANO. Trovalizando a redondilha. (Inédito).
GOLDMAN, IZO. A trova. http://www.kakinet.com/caqui/trova.shtml
HOUAISS, ANTONIO e VILLAR, MAURO DE SALLES. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.