ALDRAVIA: QUANDO O MÍNIMO É O MÁXIMO
(Texto originalmente publicado na Revista Literária Reflexos de Universos nº 79, junho de 2013)
O jeito minimalista de dizer as coisas, tão em voga na era da internet, chegou para ficar na poesia. Entre tantas formas já consagradas na literatura brasileira a exemplo de haicai e poetrix, a aldravia vem aos poucos conquistando espaço e novos adeptos.
Tudo começou no ano 2000, em Minas Gerais, na cidade de Mariana. Um grupo de poetas e escritores organizou um movimento literário e artístico com a pretensão de criar uma forma alternativa de poesia condizente com as expectativas futurísticas do século que se iniciava. Algo que em poucas palavras expressasse o significante, deixando ao leitor a liberdade para dar sentido e significação ao texto.
Nascia assim a aldravia, um minipoema sem título que tem na retórica metonímica a sua característica principal. O Jornal Aldrava Cultural foi criado para ser porta voz desse movimento liderado pelos poetas Andreia Donadon Leal, J. B. Donadon Leal, Gabriel Bicalho, e J. S. Ferreira. Eles definem a aldravia como "poema sintético de seis versos de uma palavra, sobrepostos na linha vertical”.
Nas palavras de J. B Donadon Leal, o grande investimento aldravista é no conteúdo metonímico – pouco importa a forma. A forma é apenas textual, é apenas envelope dentro do qual os discursos se depositam em sua fecundidade ilimitada, disponíveis aos olhares de espectadores que alcançam alguma porção discursiva a partir da qual expande sua compreensão e interpretação.
O significado do termo aldravia deriva de aldrava, aquele objeto metálico preso à porta de entrada das casas antigas servindo para anunciar a chegada de alguém que bate: toc toc toc. Usando essa imagem, o movimento aldravista bate à porta dos leitores para anunciar uma proposta renovadora da poesia que lhes dá ampla liberdade de interpretação.
Meu primeiro encontro com a poesia aldravista foi a partir da leitura de um artigo interessante intitulado ABC das Aldravias, assinado pelos criadores do movimento. O texto é altamente recomendável a quem deseja conhecer melhor esse gênero poético ou exercitar-se na construção dos seus primeiros versos.
(Ver: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3841415)
Eu que sempre fui adepto da poesia minimalista do haicai ao poetrix, tomei gosto pela ideia. Venho compondo aldravias que publico regularmente no meu site no Recanto das Letras. Mostrarei algumas delas a seguir, não sem antes homenagear os poetas pioneiros, transcrevendo suas criações que foram o começo de tudo:
salto
de
cova
nascimento
do
artista (Andreia Donadon Leal)
aldravia
meu
verso
universo
em
poesia (Gabriel Bicalho)
morangos
passeiam
sob
blusa
de
algodão (J. B. Donadon-Leal)
sigo
cigano
em
busca
da
poesia (J. S Ferreira)
flutuo
em
ti
qual
suave
colibri (Cyro Mascarenhas)
quis
mudar
o
mundo
me
mudei (Cyro Mascarenhas)
xangô
salva
dor
capital
do
baiano (Cyro Mascarenhas)
sublime
elegia
alma
em
êxtase
poesia (Cyro Mascarenhas)
Por fim, saúdo efusivamente a volta da revista Reflexos que retorna com toda força para alegria de seus leitores e colaboradores.
(Texto originalmente publicado na Revista Literária Reflexos de Universos nº 79, junho de 2013)
O jeito minimalista de dizer as coisas, tão em voga na era da internet, chegou para ficar na poesia. Entre tantas formas já consagradas na literatura brasileira a exemplo de haicai e poetrix, a aldravia vem aos poucos conquistando espaço e novos adeptos.
Tudo começou no ano 2000, em Minas Gerais, na cidade de Mariana. Um grupo de poetas e escritores organizou um movimento literário e artístico com a pretensão de criar uma forma alternativa de poesia condizente com as expectativas futurísticas do século que se iniciava. Algo que em poucas palavras expressasse o significante, deixando ao leitor a liberdade para dar sentido e significação ao texto.
Nascia assim a aldravia, um minipoema sem título que tem na retórica metonímica a sua característica principal. O Jornal Aldrava Cultural foi criado para ser porta voz desse movimento liderado pelos poetas Andreia Donadon Leal, J. B. Donadon Leal, Gabriel Bicalho, e J. S. Ferreira. Eles definem a aldravia como "poema sintético de seis versos de uma palavra, sobrepostos na linha vertical”.
Nas palavras de J. B Donadon Leal, o grande investimento aldravista é no conteúdo metonímico – pouco importa a forma. A forma é apenas textual, é apenas envelope dentro do qual os discursos se depositam em sua fecundidade ilimitada, disponíveis aos olhares de espectadores que alcançam alguma porção discursiva a partir da qual expande sua compreensão e interpretação.
O significado do termo aldravia deriva de aldrava, aquele objeto metálico preso à porta de entrada das casas antigas servindo para anunciar a chegada de alguém que bate: toc toc toc. Usando essa imagem, o movimento aldravista bate à porta dos leitores para anunciar uma proposta renovadora da poesia que lhes dá ampla liberdade de interpretação.
Meu primeiro encontro com a poesia aldravista foi a partir da leitura de um artigo interessante intitulado ABC das Aldravias, assinado pelos criadores do movimento. O texto é altamente recomendável a quem deseja conhecer melhor esse gênero poético ou exercitar-se na construção dos seus primeiros versos.
(Ver: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3841415)
Eu que sempre fui adepto da poesia minimalista do haicai ao poetrix, tomei gosto pela ideia. Venho compondo aldravias que publico regularmente no meu site no Recanto das Letras. Mostrarei algumas delas a seguir, não sem antes homenagear os poetas pioneiros, transcrevendo suas criações que foram o começo de tudo:
salto
de
cova
nascimento
do
artista (Andreia Donadon Leal)
aldravia
meu
verso
universo
em
poesia (Gabriel Bicalho)
morangos
passeiam
sob
blusa
de
algodão (J. B. Donadon-Leal)
sigo
cigano
em
busca
da
poesia (J. S Ferreira)
flutuo
em
ti
qual
suave
colibri (Cyro Mascarenhas)
quis
mudar
o
mundo
me
mudei (Cyro Mascarenhas)
xangô
salva
dor
capital
do
baiano (Cyro Mascarenhas)
sublime
elegia
alma
em
êxtase
poesia (Cyro Mascarenhas)
Por fim, saúdo efusivamente a volta da revista Reflexos que retorna com toda força para alegria de seus leitores e colaboradores.