AS CANTIGAS DE AMIGO
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Estudos Literários
As Cantigas de Amigo tem suas origens na própria Península Ibérica (Portugal e Espanha) surgindo do sentimento popular. Devem o seu nome ao fato de que na maior parte delas aparece a palavra amigo, com o sentido de pretendente, amante, esposo:
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!"
Nas Cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino, dando expressão aos sentimentos da mulher. A voz poética é a de uma jovem que canta seus dramas afetivos, lamentando-se com a mãe, irmã ou com amigas, ou desabafando com a natureza (as flores, as ondas do mar) as saudades do namorado, as dores do amor não correspondido, as expectativas do encontro ou a solidão provocada pela ausência do amante. Os ambientes nos qual decorrem são o campo, o mar ou a casa: a fonte, aonde foram procurar água ou lavar o cabelo, o rio ou a peregrinação.
Vejamos um exemplo duma cantiga de amigo da autoria do rei D. Dinis:
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
As cantigas de amigo, dependendo do cenário, do local marcado para o encontro, ou assunto podem dividir-se em:
Barcarolas ou Marinhas: refere-se a um rio, lago ou mar.
Albas, Alvas ou Serenas: o tema relaciona-se com o amanhecer. Nas albas os amantes separavam-se após terem pernoitado juntos.
Pastorelas: se refere a um pastor.
Bailias ou Bailadas: falam de danças ou bailes.
Cantiga de Romaria: prende-se a romarias ou peregrinações. Para saber mais clique no link: Cantigas de Romaria
Tensões: são marcadas pelo diálogo.
Os poetas mais destacados que compuseram cantigas de amigo foram Meendinho, Pero Meogo, Martín Codax, Xohán Zorro, Xoán de Cangas, Xoán Airas e D. Dinis. ®Sérgio.
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Bardo: O Trovador do Reino Unido
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Para maiores informações sobre o assunto ver: Torres, Alexandre Pinheiro, Antologia da poesia portuguesa. Porto Lelo e Irmão, 1977. v. 1.
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