De que servem os Padrões na Poesia?

Li um interessante texto na internet que fala sobre a convivência do Caos e da Forma na Poesia, representadas, respectivamente, pelos deuses Dionísio e Apolo. Assim como nas outras artes, na Poesia, o aspecto caótico do ser humano é colocado dentro de Padrões Formais para controlá-lo e, assim, transmití-lo. Esse texto me levou às seguintes reflexões.

Quando falamos de Caos, falamos de sentimento, do irracional, de impressões. Não estamos falando de sentimentos definidos como Amor, Ódio, Saudade, etc., mas de qualquer sensação que nos é intrínseca ao nos depararmos com o mundo a nossa volta. A própria definição de que estamos sentindo Amor, Ódio, Paixão, já é uma racionalização, uma padronização do sentimento em si.

Sendo assim, quando falamos ou escrevemos sobre algo, já estamos colocando-o dentro de um padrão formal: a nossa linguagem, com suas palavras, frases e tudo que a constitui. Deste modo, estamos limitando o Caos, as sensações e sentimentos, a um universo finito (o das palavras). Esta limitação, muitas vezes, nos impede de expressar com exatidão, por óbvio, aquilo que nos é irracional. Como diz no texto referido: "Quem nunca pronunciou a frase 'Eu não sei, é difícil colocar em palavras'?" (tradução livre).

A Poesia, no entanto, como uma arte, é forma de atravessar essa limitação, driblando-a. (...)

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Poesia e Escrita
Enviado por Poesia e Escrita em 20/03/2013
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