UMA RÁPIDA LEITURA DO POEMA "GASTROENTEROLOGIA" (Trilogia do amor cindido 2), de Alexandre Halfeld.
Prezado Alexandre:
Sem me ater a questões estruturais, faço esta leitura do poema: O “eu poético” pontua algo corriqueiro (“pseudo-amores”). Em decorrência, qualidade e intensidade são meras vivências “nadificadoras”.
As roupas (“roupas sujas) são vestimentas salpicadas de ruídos, mesmo que tantas vezes silentes. Na verdade, elas provocam a perda de sentido, pois denegam sinais semânticos vitais (vale o teatro). Ora, o pó e o trapo por acaso não se velam nas mais finas vestes? Por acaso o andor de tantas procissões litúrgicas do amor não é um fogo linguageiro conduzido por personas vestidos para enganar?
O Amor é. E sua glória é a nudez pura e simples, sem artimanhas encapotadas de interesses. É uma dádiva da relação verdadeira, da consciência libertadora na qual ninguém é coisificado, ninguém se desinternaliza. Assim, o alerta do “eu poético” – “(...) os dois moribundos se mutilam,/ na rigidez crônica de seus cadáveres .” – permanece como registro do jamais poderia ser. Valeu!!!
Obs. Que dizer dessas "amizadezinhas" via on-line tocadas a uma linguagem perfume de gardênia? A auto-ilusão é a vocação dos atoleimados.