Falam Duas gerações
Foi com satisfação que li o livro “Falam duas gerações”, da autoria de Yolanda Galati e Zelinda Moneta.
O ontem e o hoje casam-se, completam-se nessa coletânea de textos ricos em conteúdos. Alguns informativos, nos quais fazem-se presentes nuances de linguagem literária.
Ficção e realidade se harmonizam. Textos mesclados de linguagem com função referencial, emotiva, conotativa ou poética. Leitura prazerosa que abrange universo variado: desde textos literários a religião, política social, pesquisa, música, dança, ciência, biografia. Temática rica e múltipla, numa linguagem fluente. Dissertações, narrações, argumentações, poesia, se alternam.
Destaque especial para os textos “ Se o dinheiro falasse”, de Yolanda Galati- um monólogo-, portanto, com foco narrativo em primeira pessoa. A personificação torna esse texto belo e interessante, ímpar, com um alerta (entre outros) em sua mensagem: a ganância. Em “Autorretrato”, a autora Zelinda Moneta se desnuda, poética e lindamente. Apresenta-se, questiona-se, faz sua autocrítica e confessa sua busca constante. “Encontro Marcado” é meu texto predileto dentre todos que conheço produzidos por Zelinda Moneta. Conto com ação fragmentada, espaço múltiplo. Flashback que suscita suspense. Ficção? Realidade? Não importa. Isto, apenas, é um mero detalhe. Conto de qualidade que valeu à autora um prêmio estadual no IV Concurso de Contos Paulistas do SENAC.
Nos hinos, que cantam e encantam em bela exaltação, a poesia se faz presente.
Yolanda Galati e Zelinda Moneta , mãe e filha, nos embalam em reminiscências nostálgicas,
perpetuando o elo literário que, oxalá, dê continuidade a uma terceira geração ou mais além.
O leitor tem, portanto, um encontro marcado com a boa leitura.