A METÁFORA PERSONIFICADORA
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(Personificação ou Prosopopeia)
Também chamada de animismo, a personificação ou prosopopeia atribui vida ou qualidades humanas a seres inanimados, irracionais, ausentes, mortos ou abstratos. A humanização ou animismo pode dar-se de vários modos, a saber:
a) Quando se conferem a objetos inanimados e a abstrações (coisas abstratas) qualificativos próprios do ser humano, por exemplo: O dia amanheceu enfurecido.
b) Ao emprestar às coisas inanimadas poder de ação peculiar aos seres humanos: A chuva semeou um pouco de esperança no solo calcinado.
c) Quando nas apóstrofes, nos dirigimos aos seres inanimados como se fossem capazes de inteligência ou compreensão: E tu, nobre Lisboa, que no mundo [...]. (Camões)
d) Quando adquirem [voz] a matéria inerte e os seres abstratos, como, por exemplo, no Criton, diálogo acerca de Sócrates na prisão, em que Platão põe as Leis a falar.
A mais genialmente arrojada prosopopeia da língua portuguesa é, sem dúvida, a personificação do Cabo das Tormentas na figura do Gigante Adamastor. (Camões, Os Lusíadas, V, 39-59.)
Há, todavia, quem estabeleça distinção entre Prosopopeia, Personificação e Animismo, reservando os dois primeiros para referir a atribuição de qualidades ou comportamentos humanos a seres que não o são e o último para a expressão de sinais ou comportamentos vitais atribuídos a coisas inanimadas, como as rochas, os metais, os objetos, etc.; mas sem os elevar à categoria de humanos. Exemplificando:
● As árvores torciam-se e gemiam, vergastadas pelo vento. (Prosopopéia e personificação)
● Chegada à noite, os cumes das montanhas e os picos das serras deixavam-se adormecer no travesseiro celeste. (animismo) ®Sérgio.
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Para maiores informações sobre o assunto ver: LUFT, Celso Pedro. Novo Manual de Português, Gramática, Ortografia Oficial, Redação, Literatura, Textos e Testes. 9ª.ed. São Paulo: Globo, 1990. / Moisés, Massaud. Dicionário de Termos Literários. São Paulo: Cultrix, 1966.
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