O poeta erra
na ortografia
no vocabulário
(na fotografia)
na conjunção adversativa
na pontuação.
Erra sim
no ponto final
nas vírgulas
nos verbos
nos advérbios
nos adjetivos
tão poucos
substantivos.
Erra sim
nos pronomes
nos períodos
nos sujeitos
nos indicativos
nos ditongos
e nos parônios
Erra sim
na acentuação:
vai do apóstrofo
passa pela
...
chega aos hífens
e vem o - travessão
que é 1/2 irmão
do parágrafo
crase
agudo
circunflexo
til
frase
Ele erra tudo.
Por não bastar
ainda vem a
sintaxe
de concordância
de regência
de colocação e
suas subdivisões:
nominal e verbal.
E, que ousadia de grafias:
próclise, mesóclise e ênclise.
Erra sim,
como Sujeito
simples e composto
indeterminado
ou mesmo
sem sujeito.
Erros sim,
que a eles se
sujeita:
da lírica
na abstenção
da magia
da imaginação
das fantasias...
e criação...
Anacoluto!
Elipse!
Pleonasmo!
Sílice!
Sim erra.
Erra sim
na modernidade
Hard e soft
Sim, ele erra
até para posteridade
quando post-mortem
no seu epitáfio
epilogar:
Enfim sós!