POESIA REVISADA?

“O mistério do processo criativo em cada um. É um mistério único, pessoal e intransferível. Ao nos revelar o seu – Moncks nos ferramenta a perceber em nós próprios, como o mistério de nosso processo criativo se realiza. Utilíssimo a todos, permite entender melhor o que se produz, pelo domíno de como produz. Mesmo que haja no mistério desse processo alguns imponderáveis, não ligue são mistérios... Interessa o produto. Um abraço. Valeu!”

Para o texto de Joaquim Moncks: SOBRE O FAZER POÉTICO (T1093496).

http://www.recantodasletras.com.br/entrevistas/1093496

22/11/2012, 08h08min - Vanderlei Pinheiro.

Confrade e poetamigo Pinheiro! Agradeço o teu comentário acima. Fiquei honrado e lisonjeado com a tua interatividade internética. Realmente, com a publicização de meu processo criacional (pessoal) pretendo que os praticantes em geral façam uma boa reflexão sobre o (seu) processo de criação, e, por referencial ou analogia, possam ir além do inquieto processo intuitivo. Tive a felicidade, em 1977 – quando me iniciava na Poesia – de descobrir um livro de poemas do gaúcho Walmir Ayala, também artista plástico, que trabalhava na FUNARTE, e que morava no RJ, cujo nome me instigou: “POESIA REVISADA”. Eu o li e reli sofregamente... Até então nunca imaginara que o texto poético pudesse (ou tivesse de ser revisto), ainda mais depois de o poema ser editado em livro solo. Os meus queridos colegas (de então), na Casa do Poeta Rio-Grandense, viviam a falar que a “inspiração” era intuitiva e imediata, não necessitando ajustes ou correções na peça, para ser posto à luz pública... Walmir, na obra, revisava alguns de seus poemas publicados em livros anteriores. Imagino que sempre haverá um ganho estético com a intelecção agindo sobre as pinceladas iniciais da “inspiração” – a necessária fagulha geradora do processo que alumbra o poema. Certo é que não se ficará naquela sensação que noto em muito novatos: a deificação do fluxo inspiracional. Para quem crê, a divindade pode até prover a centelha do poema, porque esta, para o crente, tudo pode. Mas, para mim, que não tenho essa beatitude e genialidade, resta a dedicação permanente e o estudo sobre a Poesia para tentar usufruir de suas benesses. Afinal, é ela quem nos escolhe... E que Deus nos abençoe, se merecermos...

– Do livro QUINTAIS DO MISTÉRIO, 2012.

http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/4000211