RESTRIÇÕES À ANÁLISE CRÍTICA

“Em suma, se o autor quiser crescer em seu ofício, deve "dar a cara a tapa". Como de hábito, enriquecedora a tua contribuição, meu amigo.”

Marco Aurelio Vieira, via Facebook, em 22/10/2012, 13h20min.

Cuidado, poetamigo! Só em adotares essa expressão "dar a cara a tapa", que sugere dor e não fruição de algo que possa vir a ser agradável e útil, já está a revelar, psicológica e subjacentemente, a reação adversa, restrição pessoal ao processo dialético: tese/antítese. Desta sorte, dificilmente obterás sucesso na congeminação analista/autor, se não venceres verdadeiramente a restrição pessoal que a possessão (individualismo egocêntrico) sobre o texto impõe. De nada adianta ser apenas bom leitor do que se recebe fruto da análise crítica. É necessário absorver o conteúdo do estudo na mente, para o devido processamento, contemplar o trabalho que contém a análise crítica com olhos de ver e procurar processar objetivamente o conteúdo deste. O resultado será o hibridismo intelectual em cima da proposta, mesmo que não redunde no total acatamento das eventuais sugestões de alteração de forma, formato ou conteúdo da peça analisada. A maioria dos autores, num primeiro momento – novatos ou não – entende que, pela interveniência do crítico, está havendo interferência no processo de criação do poema. O referido processo analítico referido fará parte do segundo momento criacional: a TRANSPIRAÇÃO, assentado na intelecção, objetivando a re-criação do primeiro momento intuitivo, em busca de melhor proposta estética. Nem por isso a obra deixa de ser de autoria do criador original...

Joaquim Moncks, via Face, 13h42min.

Particularmente, sinto muito afeto pelo que escrevo. E submeter minhas peças à crítica, confesso, traz-me certa tensão. Mas isto não quer dizer que eu fuja das análises sérias. Quando cismei de escrever em prosa, pedi opinião a vários amigos especialistas no assunto, para não me iludir em vão. Vou refletir sobre o que disse, meu amigo.

Marco Aurelio, via Face, 22/102012, 13h57min.

– Do livro QUINTAIS DO MISTÉRIO, 2012.

http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3946404