Pausa

Momentos de pausa,

madrugada fria, agonia,

e eu em clausura mofada:

com pensamento empoeirado,

perdendo os fios da poesia,

travando comigo uma guerra...

Angústias por se lavar,

mas um bucado de fadiga, mental.

Aindassim recaio

no colo fraterno da Musa,

como bicho de pelúcia,

sem vontades, sem emoções,

sem espanto,

quase morta.

E enquanto ela me acalanta,

vou chorando,

agonizando,

amargando os versos

que estão presos

e não querem vir à baila.

Mas, sobremodo,

entendendo

que meus versos,

por hora,

emudecem,

talvez,

porque eu não estou

pronta para eles.

Rosemary Chaia
Enviado por Rosemary Chaia em 25/09/2012
Código do texto: T3900733
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