O GÊNERO ÉPICO

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Estudos Literários

 

A palavra Épico vem do grego epikós; epos e significa poema, recitação, versos. É uma das mais remotas manifestações poéticas do homem.

A poesia épica era uma narrativa em versos de assunto ilustre, sublime, solene, contendo acontecimentos históricos reais, lendários ou mitológicos ocorridos a muito tempo, de um herói de superior força física e psíquica, embora de constituição simples, cujas façanhas simbolizam as grandezas de sua pátria e mesmo de toda a humanidade. Visto que pretende fornecer uma visão total do mundo, a poesia épica não cabe em poucas estrofes, daí, ser um poema extenso.

Na poesia épica o poeta se despojava do "eu" sentimental e afetivo para se lançar na direção dos acontecimentos que o rodeiam. Entretanto, é o "eu" do poeta que vê. O amor podia aparecer na narrativa heroica, mas em forma de episódios isolados.

Do ponto de vista estrutural, o poema épico se desdobrava em:

Proposição – o enunciado do tema da obra.

Invocação – apelo às musas ou outras divindades para que auxiliassem o poeta em sua atividade criadora.

Dedicatória - parte em que o autor dedicava seu poema a alguém. Não era obrigatório.

 Narração – parte central e mais extensa que continha o relato das ações executadas pelo herói. A ação devia obedecer a uma sequência lógica, entretanto, iniciava-se já no decurso dos acontecimentos, sendo a parte inicial narrada posteriormente num processo de retrospectiva.

Epílogo – o fecho da ação, que deveria conter um imprevisto, mas ser verossímil e coerente, além de apresentar um final feliz.

Ainda caracterizava o poema épico o chamado "maravilhoso", isto é, a intervenção direta, na narrativa, de seres sobrenaturais. No maravilhoso pagão deuses da mitologia greco-romana. No maravilhoso cristão a intervenção de personagens bíblicos (do Antigo ao Novo Testamento).

FORMAS ÉPICAS

Três eram as formas fundamentais da poesia épica: a epopéia, o poema e o poemeto.

Epopéia era uma obra épica de alcance nacional e universal, de larga extensão e em versos. Os primeiros grandes modelos ocidentais de epopeia são os poemas homéricos a Ilíada e a Odisseia, surgidos na Grécia por volta dos séculos IX a. C., os quais têm a sua origem nas lendas sobre a guerra de Troia. Os romanos, herdeiros diretos da cultura grega, também elaboraram, baseados nos poemas homéricos, a sua epopeia: Eneida, de Virgílio, século I a. C.

Os Lusíadas (1572) constituem a mais alta realização épica dos tempos modernos e a última grande manifestação dessa poesia. Atendendo a tendência universal, a literatura brasileira também teve suas epopeias: Bento Teixeira publica em 1601 a Prosopopeia, imitação deficiente dOs Lusíadas; em 1769, José Basílio da Gama compõem o Uraguai, e em 1781, Frei José de Santa Rita Durão lança O Caramuru.

O Poema Épico, por sua vez, girava em torno de um episódio histórico menos relevante, e por isso não transcendia os limites nacionais e mesmo regionais. Serve de exemplo, O Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão.

O Poemeto Épico era sempre de pequena extensão, e baseava-se em assunto ainda menos significativo que o do poema épico; é o caso de Prosopopeia de Bento Teixeira e Uraguai de José Basílio da Gama. ®Sérgio.

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Para maiores informações a respeito de O Gênero Épico ver: MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Melhoramentos, 173, pp. 69 a 84.

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Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 30/08/2012
Reeditado em 30/08/2012
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