Um novo humanismo cibernético
A autora se espanta com o exacerbada certeza da era cibernética e com os avanços tecnológicos que jamais conseguirão traduzir um autêntico humanismo.
A era da mediocridade, do medo e da mortalidade definitivamente acabou. A era do homem enquanto criatura moral acabou pois agora ele molda seu meio ambiente, escolhe seu fenótipo, seu perfil psicológico, sua destreza e habilidades, seus dotes e dons e pecados.
E pode replicar-se à vontade. E pode criogenizar embriões, congelando a vida para mais tarde fecundar a fêmea ideal... Pode adiar infinitamente a morte e fazer da criação um ciclo vital e absolutamente renovável.
A priori, nos especializamos em fabricar a morte com a precisão estratégica e, sobretudo fabricando poder nas mãos de quem detenha a melhor arma, a mais avançada tecnologia e de parca alma.
A era do homem, misto de paradoxo e axioma é finita! Todos são mormente catalogáveis por códigos de barra, por número de série, habilidades e defeitos inscritos previamente no secreto genoma, que parece ser desvendado pela engenha genética.
E tudo é absolutamente previsível, a realidade não passa de um mero vaticínio das previsões científicas, históricas, biológicas e culturais completamente absolutamente inexoráveis. Vivemos num louco determinismo.
A criatura agora “banca” o criador e de maneira pungente arquiteta o fim de etnias, o nascimento do homem perfeito, psico-bio-socialmente adequado. Onde tudo é computadorizado, digitalizado e gravado em um minúsculo CD.
Não haverá mais crimes e nem blasfêmias. Todas as feridas serão fechadas e cicatrizadas à laser.. Todas as patologias banidas e esquecidas em prontuários que se transformarão em documentos históricos
Todas as besteiras do mundo findaram para sempre, desapareceram as piadas de mau gosto. Pois todos serão infinitamente bons, inteligentes e completos. E acredito terrivelmente chatos...
Não haverá heresias, insurreições, rebeliões, guerra, guerrilhas ou mesmo as vias de fato.
As células-tronco serão competentes em reconstituir fígados, cérebros e pâncreas...
O fato, a história será uma equação solitária sem nenhum incógnita... A crítica se fará desnecessária pois tudo será uma uníssona virtude.
Mas esta etnia eclética e competente jamais terá a sensibilidade dos românticos, a sutileza dos impressionistas, a leveza dos góticos e, sobretudo não terá a fuga do irracional, a imponderabilidade do barroco.
Não haverá a solidariedade da luz de Rembrandt, a alegria de Picasso e todos os mares lindos de Pancetti.
Não existirão as perplexidades históricas ou impasses políticos e a salutar e sagradas dúvida acadêmica.
O cogito ergo suum, traduzirá um pensamento sem a abstração da matemática e a imaginação da álgebra e nem conhecerá o malabarismo da trigonometria. Será um número desprovido de grandeza e expressão. Pois a grandeza da humanidade sucumbirá ultrapassada pela obsessão da certeza.
Um chip localizará meu filho em qualquer lugar do planeta... e os empregados serão localizáveis facilmente pelos patrões...(o big boss).
Eu, continuarei reles, fielmente errônea, vulgar, comum, vagabunda e vira-lata, e fadada à extinção terei uma morte comum, com direito à uma cova rasa e sobretudo a viver ao ciclobanal dos pensantes que deixam suas idéias para a eternidade dos ventos.
Carpem die.. Aproveite o dia!
Quero tudo de novo, o anjo torto de Drummond, o gauche de Chico Buarque, o domingo no parque de Caetano Veloso e, sobretudo o carcará na voz de Bethânia. – Pega, mata e come!
Em melhor versão , é claro, Pega, mata a fome!!
Este artiguinho é dedicado ao amigo Professor Sérgio Rubens Barbosa de Almeida, e ao seu maravilhoso livro Manifestações do Sagrado na Épica Medieval: um recorte em três textos La Chanson de Roland, El cantar de Mio Cid das Nibelungeernlied Editora UEL,a dádiva de nesta trajetória mortal ter conhecido tão brilhante intelectual e ainda gozar de sua cordialidade e amizade.
A autora se espanta com o exacerbada certeza da era cibernética e com os avanços tecnológicos que jamais conseguirão traduzir um autêntico humanismo.
A era da mediocridade, do medo e da mortalidade definitivamente acabou. A era do homem enquanto criatura moral acabou pois agora ele molda seu meio ambiente, escolhe seu fenótipo, seu perfil psicológico, sua destreza e habilidades, seus dotes e dons e pecados.
E pode replicar-se à vontade. E pode criogenizar embriões, congelando a vida para mais tarde fecundar a fêmea ideal... Pode adiar infinitamente a morte e fazer da criação um ciclo vital e absolutamente renovável.
A priori, nos especializamos em fabricar a morte com a precisão estratégica e, sobretudo fabricando poder nas mãos de quem detenha a melhor arma, a mais avançada tecnologia e de parca alma.
A era do homem, misto de paradoxo e axioma é finita! Todos são mormente catalogáveis por códigos de barra, por número de série, habilidades e defeitos inscritos previamente no secreto genoma, que parece ser desvendado pela engenha genética.
E tudo é absolutamente previsível, a realidade não passa de um mero vaticínio das previsões científicas, históricas, biológicas e culturais completamente absolutamente inexoráveis. Vivemos num louco determinismo.
A criatura agora “banca” o criador e de maneira pungente arquiteta o fim de etnias, o nascimento do homem perfeito, psico-bio-socialmente adequado. Onde tudo é computadorizado, digitalizado e gravado em um minúsculo CD.
Não haverá mais crimes e nem blasfêmias. Todas as feridas serão fechadas e cicatrizadas à laser.. Todas as patologias banidas e esquecidas em prontuários que se transformarão em documentos históricos
Todas as besteiras do mundo findaram para sempre, desapareceram as piadas de mau gosto. Pois todos serão infinitamente bons, inteligentes e completos. E acredito terrivelmente chatos...
Não haverá heresias, insurreições, rebeliões, guerra, guerrilhas ou mesmo as vias de fato.
As células-tronco serão competentes em reconstituir fígados, cérebros e pâncreas...
O fato, a história será uma equação solitária sem nenhum incógnita... A crítica se fará desnecessária pois tudo será uma uníssona virtude.
Mas esta etnia eclética e competente jamais terá a sensibilidade dos românticos, a sutileza dos impressionistas, a leveza dos góticos e, sobretudo não terá a fuga do irracional, a imponderabilidade do barroco.
Não haverá a solidariedade da luz de Rembrandt, a alegria de Picasso e todos os mares lindos de Pancetti.
Não existirão as perplexidades históricas ou impasses políticos e a salutar e sagradas dúvida acadêmica.
O cogito ergo suum, traduzirá um pensamento sem a abstração da matemática e a imaginação da álgebra e nem conhecerá o malabarismo da trigonometria. Será um número desprovido de grandeza e expressão. Pois a grandeza da humanidade sucumbirá ultrapassada pela obsessão da certeza.
Um chip localizará meu filho em qualquer lugar do planeta... e os empregados serão localizáveis facilmente pelos patrões...(o big boss).
Eu, continuarei reles, fielmente errônea, vulgar, comum, vagabunda e vira-lata, e fadada à extinção terei uma morte comum, com direito à uma cova rasa e sobretudo a viver ao ciclobanal dos pensantes que deixam suas idéias para a eternidade dos ventos.
Carpem die.. Aproveite o dia!
Quero tudo de novo, o anjo torto de Drummond, o gauche de Chico Buarque, o domingo no parque de Caetano Veloso e, sobretudo o carcará na voz de Bethânia. – Pega, mata e come!
Em melhor versão , é claro, Pega, mata a fome!!
Este artiguinho é dedicado ao amigo Professor Sérgio Rubens Barbosa de Almeida, e ao seu maravilhoso livro Manifestações do Sagrado na Épica Medieval: um recorte em três textos La Chanson de Roland, El cantar de Mio Cid das Nibelungeernlied Editora UEL,a dádiva de nesta trajetória mortal ter conhecido tão brilhante intelectual e ainda gozar de sua cordialidade e amizade.