Fazendo Poesia - Dando meus pulos
Como estou refazendo meus poemas para a publicação em meu primeiro livro solo, tenho retomado as velhas técnicas da Poesia e mágicas da licença poética, e gostaria de compartilhar algumas delas que tenho achado mais interessantes com vocês.
Fazer Poesia é quase um ato de sacrifício, no qual torturamos nosso próprio íntimo para arrancar dele as palavras que queremos. Coisa árdua, como diria o gigante Olavo Bilac:
"Porque o escrever - tanta perícia,
Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia
De outro qualquer."
Mas Bilac era um perfeccionista Parnasiano que, portanto, seguia à risca formas rígidas de métrica, compasso e rima. E disso, nossos Professores de 22, Modernistas, nos libertaram.
Ainda assim, o trabalho de finalizar um poema é muito parecido com o de lapidar uma pedra bruta para que se torne joia. A poesia se faz ainda com as mesmas técnicas que Bilac usava. A diferença é que nós, no pós-Modernismo, temos uma maior liberdade em usá-las.
Hoje, o escolhido foi o poema "Para o mundo", que mesmo antes de aprimora-lo, acabou ficando em 2º lugar em um pequeno concurso do qual participei. Mas não estava contente com ele. Tinha muitas falhas e forçava a barra em algumas coisas.
A primeira estrofe nasceu assim:
Todos estamos caminhando (A)
Rumo ao horizonte, neste mundo. (B)
Mundo que lá, vai se acabando, (A)
E no próprio horizonte é refundo. (B)
Além de os versos não terem uma métrica acertada (não era esse meu propósito quando o escrevi), a musicalidade ficava comprometida, com o segundo e o quarto versos destoando dos outros dois tendo tônicas a quinta e a terceira sílabas, respectivamente, enquanto o primeiro e terceiro versos as têm na quarta sílaba.
Fora isso, me descontentava o uso da palavra "refundo", na qual havia síncope da sílaba "da": "refun(da)do". Esta licença poética me descontentava por dois motivos:
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