A ALVA OU ALBA
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Estudos Poéticos
A Alva (símbolo da inocência, da pureza e da virgindade) ou Alba era uma composição poética de origem desconhecida, provavelmente ligada a cantos religiosos. Assemelhavam-se a cantiga de amigo. O tema girava em torno de uma separação melancólica das amantes ao nascer do sol. Na lira provençal havia a colaboração do vigia noturno (gaita), que acordava os amantes ao raiar do dia ou avisava-os de qualquer perigo. Na lírico galaigo-portuguesa a colaboração do vigia era rejeitada e seu papel passou a ser representado por pássaros, ou pela própria moça, que, às vezez, em selilóquio (conversando consigo mesma) lamentava, amaldiçoava a brevidade da noite na compania do amado, enquanto lhe pareciam eternas as horas na ausência.
Muitos poetas contemporâneos retomam o gênero em versões modernas, como Aubade (1940) de William Empson. Natália Correia incluiu uma "Alba", que começa assim:
"No laranjal laranjedo
A lua florida estava.
Sonhando estava o guerreiro
Que em meus braços repousava.
Comigo sonha o guerreiro,
Não venha acordá-lo a alva."
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Ajudaram na elaboração deste texto: E Dicionário de Termos Literários, coord. de Carlos Ceia. / Moisés, Massaud. Pequeno Dicionário de Literatura, São Paulo, Cutrix, 1967.
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