CHEIA DE VIR A SER


    É involuntário
    me ajoelho ao tratar a Poesia
    Mesmo de pé ou sentado, me ajoelho
    Tributo à santidão da palavra esse fio
    de divisar o Universo recoberto
                                                / de Amor
    e cortado de dizeres sublimes...
    Me ajoelho
    Como a dona de casa trata o peixe
                             / desescamando-o
     Como o marceneiro docilmente
           / traz as doces lascas da madeira
     para colá-la em árvore
     fazê-la de novo flórida e visível
     à Árvore ( da )- Vida !
     Em estado de escritura a palavra
                / flores e frutos dá bem a todos
     redonda como um ovo de tudo dizer
     Ajoelhado na sublimidade
     sinto a palavra na vida crescer
         / de pé sinto o Amor envolvê-la,
     tão infinita linda e lisa como
                                               / as estrelas
     Perfeitamente...una
     e cheia
     de Vir-a-Ser.

Jorge Sunny
Enviado por Jorge Sunny em 21/05/2012
Reeditado em 21/05/2012
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