CHEIA DE VIR A SER
É involuntário
me ajoelho ao tratar a Poesia
Mesmo de pé ou sentado, me ajoelho
Tributo à santidão da palavra esse fio
de divisar o Universo recoberto
/ de Amor
e cortado de dizeres sublimes...
Me ajoelho
Como a dona de casa trata o peixe
/ desescamando-o
Como o marceneiro docilmente
/ traz as doces lascas da madeira
para colá-la em árvore
fazê-la de novo flórida e visível
à Árvore ( da )- Vida !
Em estado de escritura a palavra
/ flores e frutos dá bem a todos
redonda como um ovo de tudo dizer
Ajoelhado na sublimidade
sinto a palavra na vida crescer
/ de pé sinto o Amor envolvê-la,
tão infinita linda e lisa como
/ as estrelas
Perfeitamente...una
e cheia
de Vir-a-Ser.