TRANSCENDENDO O QUE ESTÁ ESCRITO

Quando do casual ou deliberado encontro com uma peça poética, é óbvio que não há necessidade de que em cada verso surja uma figura de linguagem, mas no corpo da obra literária, alguns elementos de expressão da linguagem vão levar o aficionado à ESTRANHEZA, representada por uma inquietação momentânea, uma sensação estranha de o leitor se sentir como um ‘bobo’ ou ‘ausente’, ao fruir o poema e não o entender prontamente. E, por fim, na boa peça poética de talento UNIVERSAL, ocorre uma iluminação ou alumbramento (como dizia Manuel Bandeira) pela sensação criada graças ao conjunto poético, cujo entendimento e abrangência virá a TRANSCENDER os próprios vocábulos formadores da peça poética em sentido e imagens hauridas no momento de gozo e fruição do que está escrito – urdido – através da imagística que as palavras liberam. O poema com Poesia sempre exige várias leituras para o entendimento...

– Do livro A POESIA SEM SEGREDOS, 2012.

http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3589406