SENSAÇÕES NO JOGO POÉTICO

Sempre há um agridoce no poema. Algo como um sorriso encabulado num sim à vida – ao transcorrer dos dias – acaso pudéssemos verter a imagem para a alegria. Nunca o riso desbragado, largo, porque este não existe, em Poesia... A Alegria – por si – já é o poema vivo, imponderável, com o seu efeito plástico: o riso. Para vencer o real hostil é necessário que haja doçura na voz que provém do intuitivo, porque o texto concebido é o recriar do estado de coisas, na cabeça do seu criador, a fim de que possa vencer a agonia que o prende à lucidez. No lírico amoroso, reconstroi-se a relação fértil, fruindo-se as sensações do jogo. No social, afogam-se as vicissitudes, pelo milagre do bem que atende às necessidades, suprimindo ou minimizando-as. Restam vencidas as adversidades. O mundo está salvo... O poeta está pronto pra viver o melhor...

– Do livro A POESIA SEM SEGREDOS, 2011/12.

http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3537594