Renascer

Renascer...

Estou indo, aonde ainda não sei, mas espero descobrir num fechar e abrir de olhos. Nem sei também o que será pior, se largar o fardo ou ir rumo ao desconhecido. Certo é que, lamentar não devo. É que, fora algumas boas companhias, todos os demais petrechos que a peleja me proporcionou, não valeu por um só dos reincidentes coices que a vida me deflagrou. espero que a próxima fase seja algo sem tombos e machucões, nem períodos desoladores. O que temo, se vier renascer é: para que lado o Senhor da ressurreição me puxará?

Sobre a fase já terminada, digo-lhes que tentei viver tudo que a vida não me permitiu, mas vivi quase tudo que não queria viver. Com as proporções a mim concedidas jamais completaria um todo, por minúsculo que fosse. Condensar um fio de fé capaz de minar córrego e arejar densas esperanças, foi o que mais busquei em oração e conversa a dois, em vão... e a promessa de sondar o coração, não me pareceu cumprida. Sonhei com horizontes coloridos, mas recebi o papel dos reprimidos. Nasci para viver... sem saber, recebi as regras do recolher-se e, quase morrendo, tive que ser aprendiz. O que ainda me contenta é outra promessa, que diz ser vitorioso todo aquele que perseverar até o fim.

Diante do instante sem opção, parto para o incerto com a certeza de que, lá também não terei direito de escolha, apenas aguardar a pronúncia do dito final.

Josué Firmino
Enviado por Josué Firmino em 31/10/2011
Reeditado em 27/06/2020
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