É possível
É possível
Sonhei que foi dado a mim a possibilidade de está com Deus e, poder assim, ter uma conversa a dois, podendo saber d’Ele, que sabor Sua História anda Lhe dando, e se o que determinou estava rendendo a esperada satisfação. Conversamos e, de repente, uma pausa me chamou atenção: em Seu silêncio e olhar distante, pude entender que Ele também não estava feliz. Não por ter criado o homem, mas pela escrita de determinados pontos que Sua pena traçou. Primeiro por ter colocado, no Jardim, o fruto proibido (gn 3:3); depois, por não ter se afeiçoado da oferta de Caim como se afeiçoou da de Abel; e também por ter colocado num ventre estéril, como o de Raquel (gn 25:21), duas vidas, determinando que o mais velho serviria ao mais novo, e que seriam duas nações, onde uma estaria determinada a vencer a outra (gn 25:22e23), mesmo quando ainda não haviam feito nada de bem ou de mal (Rm 9:11); por ter amado mais a Jacó que a Esaú (Rm 9:13); Parecia lamentar por, na conquista de Canaã, ter endurecido o coração de tantos reis, para guerrearem contra Israel (Js 11:20). Pude perceber também que não estava contente por ter erguido o tirano Nabucodonossor, como Seu servo (Jr 25:9; 27:6) e ter ordenado-o avançar sem piedade (Is 13:16,18;Ez 9:5,6;21:8,9,22).
Em alguns momentos, pela Sua expressão, achei que Ele gostaria de ter traçado Sua pena por outros trilhos quando escreveu a História dos homens, já que os fez à Sua imagem e semelhança. Que gostaria de ter amado mais Suas criaturas que as profecias (Mt 26:53-56); parecia lamentar também por não ter dado ao homem um coração novo e, assim, poupado o Filho da crucificação.
Por fim, com Seu ar de reflexão, pareceu prometer não desviar mais Seu olhar (Is 1:15), unir os cinco, antes separados em três e dois (Lc 12:52,53) e até mesmo acolher os excluídos do livro da Vida (Ap 13:8; 17:8 20:15).