OS PRIMEIROS SUPORTES DA ESCRITA
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Estudos Literários
Inicialmente, o homem utilizou as grandes pedras para gravar ou pintar (nas paredes ou tetos das cavernas), inscrições de caráter religioso, ou relacionadas com heróis e seus feitos. Quando o uso desses signos (ou representações) se generalizou, surgiram suportes menores, fácies de transportar – as tabuletas, os óstracos, o papiro e o pergaminho.
As Tabuletas mais antigas consistiam numa base de madeira recoberta de argila molhada (barro). Depois de aplicada a escrita era cozida em forno, e, assim, preservadas. As tabuletas revestidas de cera eram mais fácies de gravar e apagar, podendo ser reutilizadas.
O Óstraco (do grego "concha") é um fragmento de jarro quebrado, ou seja, caco de olaria, no qual se anotava (escrevia) frases curtas, rascunhos, recibos, todos, escritos com objetos pontiagudos. O óstraco representava a literatura de uma classe que não podia comprar o papiro ou que não considerava tal escrita importante o suficiente para justificar tal compra. Milhares foram encontrados no poço ptolomaico, com 52 m de profundidade, cavado em Deir el-Medineh na esperança (desiludida) de encontrar água. Na Grécia Antiga, o público eleitor escrevia ou gravava o nome de uma pessoa num óstraco para decidir se ela deveria ser banida, donde o termo "ostracismo".
O Papiro era um tipo de junco, com caule triangular, com a grossura de um braço, com altura que variava entre 2 e 4 metros, típico das margens do Nilo e dos alagados do seu delta. O Papiro (Cyperus papyrus) é uma planta herbácea, perene e semi-aquática. Dispõe de um enredado sistema de raízes, do qual se elevam numerosas hastes triangulares verdes, de dois a quatro metros de altura, coroadas por tufos de filamentos também verdes que caem graciosamente. A folha era feita com a medula do caule cortada em tiras estreitas, trançadas e postas sobre uma superfície plana, onde eram batidas com um objeto de madeira. Em seguida, por causa da substância liberada da medula era seca ao sol e alisada, e estava pronta para a escrita.
O tamanho médio de uma folha era de 18 x 25cm, que podia variar de acordo com a finalidade. Várias podiam ser coladas pela borda para formar um rolo, que geralmente não tinha mais do que 10 metros de comprimento. Nos rolos utilizados com maior frequência, usa-se um bastão roliço, cujas pontas sobressaiam acima e abaixo. O papiro foi utilizado como material para escrita até a conquista do Egito pelos árabes, em 641.
O Pergaminho (suporte caríssimo) era mais durável que o papiro, por ser feito com peles de carneiro, ovelha ou bezerro, submetido a um banho de cal e em seguida raspada e polida com pedra-pomes. Depois eram lavadas, novamente raspadas e colocadas para secar em molduras de madeira a fim de evitar pregas ou rugas. No final do processo recebiam uma ou mais demãos de alvaiade (pigmento branco). O nome pergaminho vem da cidade de Pérgamo, onde processo foi desenvolvido por volta do século II a. C.
Com o surgimento do pergaminho os registros escritos deixaram de ser organizados em rolos de papiro e passaram a ser feitos em códex, ou códice, ou seja, em folhas, com a utilização dos dois lados.
Há um tipo de pergaminho conhecido como palimpsesto, que era aquele cuja obra havia sido raspada para receber um texto novo, já que o material era caríssimo. ®Sérgio.
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