CURIOSIDADES LITERÁRIAS

Ao terminar minha graduação em literatura, algumas curiosidades ficaram em minha mente, e nesse momento quero dividir com você que como eu ama a literatura.

Como todos sabem a graduação em literatura é apenas uma pequena pincelada no universo literário, não há grandes profundidades em nada, quando nos deparamos com algo incrível, o período acaba e somos obrigados a mudar o foco para a nova etapa e tratar de atingir a nota para passar, ainda mais quando temos professores que reprovam por um décimo, isso é cruel mas é real.

Nesse caminho de provas, trabalhos em grupos que não se entendem, seminários, monografia, projetos, estágios...

Me encontrei com Camões e o vi em sua embarcação afundar naquele mar revolto, com os originais de Os Lusíadas, nessa terrível aventura real, ele perde sua amada, mas salva seu manuscrito e o mundo tem esse tesouro literário da língua portuguesa, que em seu dez cantos é o maior poema épico de todos os tempos. Que aventura! Cheguei a sentir o gosto salgado da água do mar...

Mas a frente, vi nascer os movimentos literários em Portugal com o nascimento da revista Orpheu, reunindo Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros, entre outros. Revista essa que apenas com número lançado, entrou para a história e até hoje tem sua importância, tamanha era a força literária desses caras. Em seguida vem a Revista Presença, que também é sufocada pelas forças politicas do fascismo português.

No Brasil, me encantei com Castro Alves, sai com ele da sua terra natal e me enfiei nos quartinhos apertados em que ele morou no Rio e em São Paulo, senti sua solidão, sua dor ao levar um tiro acidental no seu pé esquerdo, no Brás em São Paulo, senti sua dor ao ter um terço da perna esquerda amputada, sem anestesia. Morri um pouco com ele na sua Bahia, voei com seu condor, lá na praça que hoje tem seu nome e Caetano diz tão bem em sua música, " A praça Castro Alves é do povo como o céu é do avião"...

Me enfiei no quarto junto de Clarice Lispector, a vi levantar-se da cadeira junto a sua máquina de escrever, e ir para sua cozinha, em um apartamento em Copacabana, senti o cheiro do café que tomou, desviei da fumaça do cigarro que fumou, vi a barata subindo na parede da sua casa, cheguei a tocar no seu cachorro Ulices, abracei sua velhinha da Legião estrangeira, senti sua fragilidade de quem está no fim da vida, solitária e ainda com tanto amor no coração, olhei seus olhos nublados com uma catarata que a idade maltrata, sua pele enrugada, seu cheiro de gente muito sofrida e abandonada. Que tristeza!!!

Senti tesão com Lori, na praia de Copa, sentindo o cheiro da marezia que o vento trás, que entra pelo nariz e vai lá para o meio das pernas, e nós faz sentir o quanto é doce ser mulher, que ama um ser macho, imaginando seu toque, seu beijo, seu membro duro, suas mãos...

estava naquela cama jundo de Lori e Ulices, gozei junto, sorri com o final feliz, adorei os três pontinhos do final. Senti vontade de dizer: OBRIGADA CLARICE! TE AMO!!!!!!!!!!

Quem não ama a literatura pra mim não é ninguém, ou é alguém pela metade, porque jamais saberá o que é a sutileza de um AMOR.