DA MÉTRICA E DO METRO.

Eis dois fenômenos poéticos aparentemente fáceis, todavia, muitos derrapam nos mesmos.

A Métrica é, fundamentalmente, técnica. Com ela medimos, é claro, o tamanho dos versos.

Em nossa língua, as chamadas "Sílabas Poéticas" (não confundamos com "sílabas gramaticais") são encontradas assim:

1) Numeram-se as sílabas gramaticais de cada verso;

2) Respeitamos as elisões e as crases;

Obs. Elisão: trata-se do encontro entre vogais átonas no fim de uma palavra e início de outra.

Ex. Canto amor

Crase: encontro entre vogais iguais, do fim de uma palavra e começo de outra.

Ex. Instante existe

3) As sílabas devem ser contadas até a última sílaba tônica do verso, desprezando-se a(s) postônica(s) final (is).

Ex: Que/ro/ vi/vê-/lo em/ ca/da/ vão/ mo/men/ (to)

Dez sílabas poéticas - HERÓICO

Sem dúvida, há outros elementos que alguns teóricos levam em conta no trato com a métrica.

O METRO nada mais é do que "uma medida determinada de versos", ou seja, é uma dada quantidade de "sílabas poéticas".

Aqui as mais frequentes:

5 sílabas poéticas - redondilha menor

7 sílabas poéticas - redondilha maior

10 sílabas poéticas - heróico

12 sílabas poéticas - alexandrino

Na questão formal, você pode estudar o Poema quanto a métrica, a rima, o número de versos e de estrofes.

Poemas metrificados podem apresentar:

a) Métrica perfeita - versos com o mesmo metro:

b) Métrica regular ou imperfeita - há pequenas variações no número de sílabas poéticas de verso para verso;

c) Poema em versos livres - a métrica é irregular.

No quesito rima, os Poemas podem ser:

a) Rimados - rima em todos os versos (rima regular);

rima em alguns versos (rima irregular).

b) Poemas em versos brancos - são aqueles desprovidos de rimas.

O elemento maior, em termos formais, de um Poema é o RITMO. É ele quem faz do seu Poema algo, de fato, poético. Não há um bom Poema sem ritmo. Octávio Paz nos dá excelente lição em seu "Signos Em Rotação".