DÍSTICO:
 
estrofe de dois versos, sentença ou conceito apresentado em dois  versos; parelha poética; máxima.

Aparece como a estrofe que fecha os sonetos shakespearianos.
Estes apresentam um conjunto de 12 versos, em 3 quartetos, e 1 dístico (rimado), totalizando os 14 versos necessários ao soneto.

Exemplos:


"Que importa a paisagem, a glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco.” (Manuel Bandeira)

"Teu pé... Será início ou é
Fim? É as duas coisas teu pé." (Manuel Bandeira)

"Os miseráveis, os rotos
São as flores dos esgotos." (Cruz e Souza)


"So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this, and this gives life to thee" (Shakespeare)



Poema de Cassiano Ricardo em dísticos, à exceção da última estrofe, de um só verso (monóstico)


Canção para poder viver


Dou-lhe tudo do que como,
e ela me exige o último gomo.


Dou-lhe a roupa com que me visto
e ela me interroga: só isto?


Se ela se fere num espinho,
O meu sangue é que é o seu vinho.


Se ela tem sede eu é que choro,
no deserto, para lhe dar água:


E ela mata a sua sede,
já no copo de minha mágoa


Dou-lhe o meu canto louco; faço
um pouco mais do que ser louco.


E ela me exige bis, "ao palco"!