Poesia ao contrário
A poesia ao contrário é um texto poético que pode ser lido tanto do começo para o final como do final para o começo. Há casos em que textos escritos para serem lidos dessa forma assumem sentidos completamente diferentes que, se o leitor não prestar atenção, certamente nem perceberá a astúcia do autor na transmissão da mensagem. Na poesia, quem aplicou isso com perfeição foi Cecília Meirelles.
EU QUERO ACREDITAR
Diga-me!
Eu quero acreditar:
Que a vida é eterna,
Que o mundo não tem fim,
Que o amor é para todos,
Que ainda há perdão!
Diga-me!
Eu quero acreditar!
Diga-me!
Que é livre, o pensamento,
Que o céu não tem porteiras,
Que a fé não escraviza,
Que a um Deus, não se impõe,
Eu quero acreditar!
Diga-me!
Fiore
Obs.
* Poema com versos livres, ou seja, versos que não obedecem a um número preestabelecido de sílabas poéticas.
* Rimas = brancas (livres). Não tem rimas.
No poema acima há apenas algumas repetições necessárias para que não se perca o sentido na inversão do texto.