Retórica da mão vazia
Diálogo é troca. Informação de um lado e artimanha. História & barganha. Distorce, entorta. Eloquência é bom. Conteúdo mata. O assunto. Quando excesso. Exército de palavras. É problema. Charada.
Aí tem outro lado, da moeda. Quando falta, resta lábia - palavra enquanto encanto. Mas cansa.
Teoria do discurso. Malandro. Fala bonito. E mais nada. Fica a dúvida: Até onde palavra é bela, até quanto ela fala e quanto ela ferra.
Sobra. Língua, o som, a imagem. Mínima porção de mensagem ou prato cheio, prosa no plano das idéias, longe dos tropeços, das gagueiras, bem explicado, tudo redondo, explícito. Excomunga palavra difícil.
Não é um jogo. É?
Truco!
Volta. Excesso - exército, desfoca. Digo, desloca. Retórica é troca, o troco é o mistério, o gosto, gesto. Língua de sogra imóvel. Não tem graça. Até tem, chiado - mínima mudança, navalha no dedo. Anota.
Mas você já sabe. No leito da literatura, tem quem deita... e fica. Nem inventa, só revê. No revés da história, tem quem tenta e quem não liga. Conta pra quem compra, ora. Cada um com sua venda. Dentro dos olhos do leitor se escolhe entre o novo mistério ou mais do mesmo.
Lenda de sangue, lembra? Tudo igual. História pronta, mal e mal, imagens que você já viu e fim. Nada de novo. Sentimentalismo, advérbio. Há de vir uma coisa poética de tudo isso. Existe. Toda paixão tem um poeta e uma palavra. Se eles se conhecem, bem, você já sabe. Aí tem coisa - sólida. Solavanco.
Quando lida, joga o dado.
Teoria da expectativa.