ESCURIDÃO DOS SONHOS
Da noite, não sei mais nada,
Só vejo a escuridão dos sonhos.
Do dia,...nem o vejo.
Ouço passos do passado e hoje não acho a lógica do caminho feito,
e desfaço o feito para ver se encontro uma nova caminhada,
mas sinto as pernas do ânimo e os braços dos sonhos muito cansados...
e as mãos da esperança tremem.
Procuro o último fôlego, como procuraram os afogados.
Tenho necessidade de cada gota de sangue, como precisaram os acidentados.
E do leite materno, como os bebês esfomeados.
Queria acordar de tudo isso.
Iniciar o que os planos ditam,
Mas a realidade detém.
Queria conter em minha alma:
A força única do existir.
A beleza do Ser.
A inteligência que faz acontecer...
Mas, sinto–me como andando em uma manhã nublada, fria, úmida
E pisoteando poças de saudades sentidas pelos pés descalços,
Desprotegidos de coragem.
Tento,...juro que tento a cada manhã fugir da escuridão dos sonhos,
Tento reabrir uma estrada ladeada de flores para o futuro e
Obturar esse maldito buraco da mente que me faz lembrar o passado.
Como? Se o passado, o fôlego, o sangue, o leite, os planos, é você
E você se foi...
Não por sua vontade, mas pelas mãos Divinas,
Que juro não saber se é tão Divina, pois como,
Como Divino pode fazer tanto mal a mim?
Como que o Divino criador pode consumir minha carne, ainda viva?
Como?
Então peço ao Céus que me leve e ponha-me ao teu lado,
E deixe-me viver a eternidade contigo...
Ou intimarei ao inferno a me tirar essa dor.