A que "mico" a direção do seriado "Dalva e Herivelto" se expôs, no último capítulo (reescrita com alterações)
Um autor atento - qualquer que seja o tipo
de produção artístico-literária apresentado -sempre deixa, de forma
explícita ou implícita, nessa sua produção artística, pistas que têm
por objetivo levar o leitor / telespectador a uma interpretação coe-
rente ou perfeita.
Assim, num romance, por exemplo, o seu au-
tor pode, ao invés de deixar claro o tempo (época) em que a trama
desse romance se passa, empregar outros recursos, tais como : figu-
rino, linguajar ou (até) o meio de transporte da época. O emprego
desses recursos levará o leitor a identificar quando a história se pas-
sa.
Dessa forma, para um leitor polissêmico, fi-
cará fácil descobrir que há incoerência numa história passada, por
exemplo, no ano de 1800, na qual, uma das personagens usa um
computador de última geração - o que, naturalmete, não havia na-
quela época -.
E foi exatamente esse tipo de incoerência
ou mico ocorrido no último capítulo desse belo seriado : já no final-
zinho da história - que estava indo "até" bem -, no momento da mor-
te de Dalva, aparece o Herivelton numa praia que parece ser Copa-
cabana, sozinho, tendo ao fundo...A PONTE RIO-NITERÓI, que, àquela
época (1972) - salvo engano nosso - AINDA NÃO EXISTIA.
E domino esse detalhe porque foi exatamente
naquele ano que chegávamos ao Rio de Janeiro, procedente de Salva-
dor, onde iríamos permanecer por 10 anos.
O registro desta nossa crítica literária é para
chamar à atenção do amigo leitor no sentido da necessidade de ele
estar atento a detalhes que destoam numa história qualquer.