A mentalidade literária mineira de Guimarães Rosa e o turismo
Ao longo da história mineira, que compôs um dos estilos de época, denominado modernismo, a mentalidade literária passou a compreender o regionalismo, apresentando as maneiras peculiares da sociedade de determinada região e que a fazem distinta de qualquer outra. Passou-se a retratar o espírito humano através do regionalismo, nos seus diversos aspectos culturais e sociais, em correlação com o seu ambiente imediato. Retratação do homem, da sua linguagem, dos seus costumes, paisagem e as riquezas. A paisagem física e cultural, as lendas, os mitos, modos de expressão nativos e populares, estilo, ritmo, imageria, simbolismo, pontos de vista oferecem formas de realidade diferenciadas para compor a nação.
Daí por diante, o turismo surge numa interligação com Guimarães Rosa como um laboratório regional. Era através do turismo que Guimarães Rosa dá as primeiras nuanças romanescas a sua literatura modernista. De nor- te ao sul do país, o turismo se torna o instrumento intercambiador de culturas e fases literárias. Captar em prosa e verso, com a máxima veracidade os caminhos roteirizados.
Geograficamente, o Brasil é o grande sertão a ser visitado e explorado em seus patrimônios regionais. Cria-se, inclusive, um tipo de herói, - o herói regional - que com vários argumentos localizados, pode apresentar ao turista o lugar visitado. Atravessa ponta-a-ponta o processo de idealização e sentimentalismo e tenta transmitir ao forasteiro a paisagem explorada na literatura. Não são raras as vezes, que o indivíduo se desloca à procura do conhecimento de certa paisagem, pela sua literatura regional, pelos seus costumes.
Neste contexto, há que não se esquecer o tema principal desta pequena dissertiva. A literatura como produto cultural para a venda do turismo, tendo como exemplo o escritor João Guimarães Rosa.
Um aspecto tipicamente brasileiro do regionalismo: o sertanismo, a valorização e idealização do sertão e do tipo de sertanejo.