BREVE BIOGRAFIA DE ALGUNS ESCRITORES E POETAS POR REGIÃO GEOGRAFICA DO BRASIL_ PARTE IV
PS: ESSE FOI UM TRABALHO QUE FIZ PARA NORTEAR OS ALUNOS NA DISCIPLINA LITERATURA, JUNTO COM A DISCIPLINA DE GEOGRAFIA BASEADO EM LIVROS DIDÁTICOS E MUITA PESQUISA! VOCÊ PODE FAZER A SUA LISTA, CARO LEITOR!! PESQUISE E RECUPERE NOMES DOS POETAS DA SUA CIDADE E REGIÃO, PARA COMEÇAR...!
Jorge Amado nasceu em 1912 em Ferrada, que é atualmente município de Itabuna na Bahia (10/9/1912, Itabuna (BA)_ 6/8/2001, Salvador (BA) . Seu pai era comerciante, natural do estado de Sergipe e produtor de cacau. O escritor baiano tornou-se um dos maiores escritores brasileiros e seus livros repercutiram no Brasil inteiro e em muitos países de todo o mundo.
Publicou seu primeiro romance, O país do carnaval, em 1931. Casou-se em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila. Nesse ano publicou seu segundo romance, Cacau. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935. Militante comunista, foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, período em que fez longa viagem pela América Latina. Ao voltar, em 1944, separou-se de Matilde Garcia Rosa.
Em 1945, foi eleito membro da Assembléia Nacional Constituinte, na legenda do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei, ainda hoje em vigor, que assegura o direito à liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai.
Em 1947, ano do nascimento de João Jorge, primeiro filho do casal, o PCB foi declarado ilegal e seus membros perseguidos e presos. Jorge Amado teve que se exilar com a família na França, onde ficou até 1950, quando foi expulso. Em 1949, morreu no Rio de Janeiro sua filha Lila. Entre 1950 e 1952, viveu na Tchecoslováquia, onde nasceu sua filha Paloma.
De volta ao Brasil, Jorge Amado afastou-se, em 1955, da militância política, sem, no entanto, deixar os quadros do Partido Comunista. Dedicou-se, a partir de então, inteiramente à literatura. Foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira de número 23, da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar e por primeiro ocupante Machado de Assis. Doutor Honoris Causa por diversas universidades, Jorge Amado orgulhava-se do título de Obá, posto civil que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia.
A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em fitas gravadas para cegos.
Em 1987, foi inaugurada em Salvador, Bahia, no Largo do Pelourinho, a Fundação Casa de Jorge Amado, que abriga e preserva seu acervo, colocando-o à disposição de pesquisadores. A Fundação objetiva ainda o desenvolvimento das atividades culturais na Bahia.
Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. Foi cremado, e suas cinzas foram enterradas no jardim de sua residência, na Rua Alagoinhas, em 10 de agosto, dia em que completaria 89 anos.
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Capitães da Areia
Como o vestido dificultava seus movimentos e como ela queria ser totalmente um dos Capitães da Areia, o trocou por umas calças que deram a Barandão numa casa da cidade alta. As calças tinham ficado enormes para o negrinho, êle então as ofereceu a Dora. Assim mesmo, estavam grandes para ela, teve que as cortar nas pernas para que dessem. Amarrou com cordão, seguindo o exemplo de todos, o vestido servia de blusa. Se não fôsse a cabeleira loira e os seios nascentes, todos a poderiam tomar por um menino, um dos Capitães da Areia.
No dia em que, vestida como um garôto, ela apareceu na frente de Pedro Bala, o menino começou a rir. Chegou a se enrolar no chão de tanto rir. Por fim conseguiu dizer:
- Tu tá gozada...
Ela ficou triste, Pedro Bala parou de rir.
Não tá direito que vocês me dê de comer todo dia. Agora eu tomo parte no que vocês fizer.
O assombro dêle não teve limites:
- Tu quer dizer...
Ela o olhava calma, esperando que êle concluisse a frase.
- ...que vai andar com a gente pela rua, batendo coisas...
- Isso mesmo. - Sua voz estava cheia de resolução.
- Tu endoidou...
- Não sei por quê.
- Tu não tá vendo que tu não pode? Que isso não é coisa pra menina. Isso é coisa pra homem.
- Como se vocêes fôsse tudo um homão. E tudo um menino.
Pedro Bala procurou o que responder:
- Mas a gente veste calça, não é saia...
- Eu também. - E mostrava as calças.
De momento êle não encontrou nada que dizer. Olhou para ele pensativo, já não tinha vontade de rir. Depois de algum tempo, falou:
- Se a polícia pegar a gente, não tem nada. Mas se pegar tu?
- E igual.
- Te metem no Orfanato. Tu nem sabe o que é...
- Tem nada não. Eu agora vou com vocês.
Ele encolheu os ombros num gesto de quem não tinha nada com aquilo. Havia avisado. Mas ela bem sabia que êle estava preocupado. Por isso ainda disse:
- Tu vai ver que eu sou igual a qualquer um...
- Tu já viu uma mulher fazer o que um homem faz? Tu não aguenta um empurrão...
- Posso fazer outras coisas.
Pedro Bala se conformou. No fundo gostava da atitude dela, se bem tivesse mêdo dos resultados.
TENDÊNCIAS LITERÁRIAS
Jorge Amado retrata em primeira análise em seus livros a Bahia. Observador pertinaz dos costumes e tendências da região sabe analisá-los com vigor e acuidade.
Retrata tudo que se passa em volta da opressão e sofrimento do trabalhador das zonas cacaueiras e também das cidades, e sabe transmiti-la de forma lírica e ao mesmo tempo romântica e real.
Faz um retrato do povo e nele inclui a mulher baiana de uma forma absorvente, descrevendo seus sofrimentos, encantos e atrações. Com todo o seu apego e amor ao nordeste, especialmente à Bahia consegue transmitir com encanto, porém, imparcialmente o retrato daquela região fazendo com que o povo brasileiro e até leitores no exterior conhecessem mais profundamente sua amada terra.
Na década de 1960, lançou os romances "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água", "Os Velhos Marinheiros, ou o Capitão de Longo Curso", "Os Pastores da Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos milagres". Nos anos 1970, viriam "Teresa Batista Cansada de Guerra", "Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir".
14) Zélia Gattai, 02/07/1916, São Paulo, SP17/05/2008, Salvador, BA; filha de imigrantes italianos, cresceu em São Paulo e, com a família, participou do movimento anarquista, que contava com adesões entre os imigrantes italianos, espanhóis e portugueses, no início do século 20.
Entre suas obras, podem citar-se: "Um Chapéu para Viagem", 1982 (memórias); "Jardim de Inverno", 1988 (memórias); "Pipistrelo das Mil Cores", 1989 (infantil); "Crônica de uma Namorada", 1995 (romance); "A Casa do Rio Vermelho", 1999 (memórias); "Vacina de Sapo e Outras Lembranças", 2005 (memórias).
15) Antônio Frederico de Castro Alves, poeta, nasceu em Muritiba, BA, em 14 de março de 1847, e faleceu em Salvador, BA, em 6 de julho de 1871. É o patrono da Cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Valentim Magalhães. Era filho do médico Antônio José Alves, mais tarde professor na Faculdade de Medicina de Salvador, e de Clélia Brasília da Silva Castro, falecida quando o poeta tinha 12 anos.
Duas vertentes se distinguem na poesia de Castro Alves: a feição lírico-amorosa, mesclada da sensualidade de um autêntico filho dos trópicos, e a feição social e humanitária, em que alcança momentos de fulgurante eloqüência épica. Como poeta lírico, caracteriza-se pelo vigor da paixão, a intensidade com que exprime o amor, como desejo, frêmito, encantamento da alma e do corpo, superando completamente o negaceio de Casimiro de Abreu, a esquivança de Álvares de Azevedo, o desespero acuado de Junqueira Freire.
Numa página
Castro Alves
Horas de tédio ou de amorosa espr’ança,
— Meteoros da vida!... errantes astros!...
Fugi!... porém que fique uma lembrança!
Passai!... deixando os perfumosos rastros!...
Bibliografia:
1)AUTORES:William Roberto Cereja E Thereza Cochar Magalhães; Atual Editora
2) Língua e Literatura (Volume 2 - 2º Grau) ISBN: 85-08-05541-2 ;Autor: Carlos Emílio Faraco e Francisco Marto Moura
3) Língua e Literatura (Volume 3, 2º Grau - Livro do Professor) ISBN: 85-08-05469-9 Autor: Carlos Emílio Faraco e Francisco Marto Moura
4)CANDIDO, Antonio. Literatura e cultura: de 1900 a 1945. In: . Literatura e sociedade. 6. Ed. Rio de Janeiro: Ed. Nacional, 1980. p.109-138.
. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 5. ed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1975.
. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1987.
5) Larrousse Cultural
6) Academia Brasileira de Letras: biografias
7) MENDES, Murilo. História do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1991. p. 12
8) Lisboa Henriqueta Antologia de poemas portugueses para a juventude. Editora Peirópolis
9) Ruiz Alice; Navalhanaliga, Editora ZAP – Curitiba, 1980.
10) COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global.
11) Barros Manoel. Memórias Inventadas: a Segunda Infância; Editora: Planeta do Brasil