BREVE BIOGRAFIA DE ALGUNS ESCRITORES E POETAS POR REGIÃO GEOGRAFICA DO BRASIL_ PARTE 3

PS: ESSE FOI UM TRABALHO QUE FIZ PARA NORTEAR OS ALUNOS NA DISCIPLINA LITERATURA, JUNTO COM A DISCIPLINA DE GEOGRAFIA BASEADO EM LIVROS DIDÁTICOS E MUITA PESQUISA! VOCÊ PODE FAZER A SUA LISTA, CARO LEITOR!! PESQUISE E RECUPERE NOMES DOS POETAS DA SUA CIDADE E REGIÃO, PARA COMEÇAR...!

Paraíba

9) Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d’Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884.Aprendeu com seu pai, bacharel, as primeiras letras. Fez o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. De uma família de proprietários de engenhos, assiste, nos primeiros anos do século XX, à decadência da antiga estrutura latifundiária, substituída pelas grandes usinas. Em 1903, matricula-se na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907.

Versos íntimos

Augusto dos Anjos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão - esta pantera –

Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável,

Mora, entre feras, sente inevitável

Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija!

10) José Lins do Rego, jornalista, romancista, cronista e memorialista, nasceu no Engenho Corredor, Pilar, Paraíba, em 3 de julho de 1901, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1957. Romancista da decadência dos senhores de engenho, sua obra baseia-se quase toda em memórias e reminiscências. Seus romances levantam todo um sistema econômico de origem patriarcal, com o trabalho semi-escravo do eito, ao lado de outro aspecto importante da vida nordestina, ou seja, o cangaço e o misticismo. O autor destacou como desejaria que a sua obra romanesca fosse dividida: Ciclo da cana-de-açúcar: Menino de engenho, Doidinho, Bangüê, Fogo morto e Usina; Ciclo da cangaço, misticismo e seca: Pedra Bonita e Cangaceiros; Obras independentes: a) com ligações nos dois ciclos: Moleque Ricardo, Pureza, Riacho Doce; b) desligadas dos ciclos: Água-mãe e Eurídice.

Pernambuco

11) Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886, na Rua da Ventura, atual Joaquim Nabuco, filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. Vincula-se à primeira geração do modernismo, é um dos maiores poetas brasileiros. Sua poesia, marcada pela experiência trágica da tuberculose, trata da morte, do amor e do cotidiano, em versos livres nos quais se destacam o humor, a melancolia, por vezes a amargura diante da vida. Como cronista, “foi um observador atento e lúcido dos fenômenos de uma época em que se desenvolveram tantos fatos notáveis para a história da Humanidade”, segundo o crítico Stephan Baciu.

O último poema

Manuel Bandeira

Assim eu quereria meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas

Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos

A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

RIO GRANDE DO NORTE

12) Zé Maria de Fortaleza e Arievaldo Viana

Os versos de Zé Maria de Fortaleza e Arievaldo Viana anunciam outra façanha dos folhetos de literatura popular. Além de narrar os entreveros dos sertanejos e os duelos mais curiosos, de descrever reinos mágicos e contar histórias mirabolantes, o cordel pode se tornar uma importante ferramenta no processo de alfabetização das pessoas. O projeto “Acorda cordel na sala de aula”, idealizado por Arievaldo Viana, vem ganhando escolas da rede pública no Ceará, Tocantins, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Não é nenhuma novidade a utilização da poesia popular na instrução de pessoas. Esse é um caminho que já foi percorrido pelas crianças da Grécia antiga, como assinalou o historiador cearense Gustavo Barroso, na obra “Ao som da viola” (1921): “O ensino começava pela poesia, por ser o meio mais fácil de guardar na memória, nessa época em que livro era raro... Assim pôde o povo grego conservar, carinhosamente, de cor, os admiráveis cantos de seus rapsodos”. Os livros deixaram de ser raridades. Mas ainda são caros e inacessíveis para a maioria dos brasileiros. Ao contrário do cordel.

DE ONDE VEIO O CORDEL

(Zé Maria de Fortaleza e Arievaldo Viana)

Não se sabe exatamente

O cordel de onde veio

Alguns afirmam que os mouros

Lhe serviram de correio

Até a Península Ibérica

E de lá pra nosso meio.

Pois lá na Península Ibérica

Cordão se chama cordel

Onde eram penduradas

As folhinhas de papel

Nascendo daí o nome

Desta cultura fiel

Bibliografia:

1)AUTORES:William Roberto Cereja E Thereza Cochar Magalhães; Atual Editora

2) Língua e Literatura (Volume 2 - 2º Grau) ISBN: 85-08-05541-2 ;Autor: Carlos Emílio Faraco e Francisco Marto Moura

3) Língua e Literatura (Volume 3, 2º Grau - Livro do Professor) ISBN: 85-08-05469-9 Autor: Carlos Emílio Faraco e Francisco Marto Moura

4)CANDIDO, Antonio. Literatura e cultura: de 1900 a 1945. In: . Literatura e sociedade. 6. Ed. Rio de Janeiro: Ed. Nacional, 1980. p.109-138.

. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 5. ed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1975.

. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1987.

5) Larrousse Cultural

6) Academia Brasileira de Letras: biografias

7) MENDES, Murilo. História do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1991. p. 12

8) Lisboa Henriqueta Antologia de poemas portugueses para a juventude. Editora Peirópolis

9) Ruiz Alice; Navalhanaliga, Editora ZAP – Curitiba, 1980.

10) COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global.

11) Barros Manoel. Memórias Inventadas: a Segunda Infância; Editora: Planeta do Brasil