Estilística, que bicho é esse?
Não é mistério que o que confere o caráter de ciência a determinada área é, entre outros aspectos, a definição do seu objeto de estudo e delimitação do mesmo. Isso é muito facilmente perceptível quando se trata da matemática, da química, da física ou mesmo da literatura, no entanto, quando se trata da Estilística, segundo alguns teóricos, não é tão fácil assim perceber seu objeto de estudo, tampouco delimitá-lo uma vez que há uma gama de significados para o substantivo estilo.
A Estilística é uma ciência. E como ciência tem seu objeto de estudo muito bem definido, embora haja quem o classifique como sendo de difícil delimitação por conta da sua diversidade de acepções. Todavia, uma análise mais atenta permitirá ao estudante desvendar o mistério sem mais problemas, basta atentar para a raiz da palavra Estilística, às letras e aos fonemas que a compõe. A palavra nos lembra estilo. E é exatamente esse o seu objeto de estudo.
Assim, entenda-se que a Estilística é o ramo das ciências que se ocupa do estudo detalhado dos estilos dos autores e das suas obras. Observando a linguagem empregada na obra pelo pai da mesma, a estrutura, a estética, a expressividade lingüística como um todo. Além de observar sua capacidade de emocionar e sugerir a partir de determinados efeitos.
Com o advento da lingüística, muitos preconceitos que envolvem a linguagem tendem a cair por terra, principalmente naquilo que concerne à produção do texto. Esse fenômeno encontra força na estilística – ou seria nas estilísticas? – que subdivide-se em dois ramos: Estilística da Língua e Estilística da Fala, para melhor compreender e abarcar os fenômenos dos estilos. Assim, estilística e lingüística se irmanam.
A estilística da língua tem como foco "o estudo das variantes normais com valor expressivo-afetivo, das possibilidades associadas à transmissão de valores conotativos." Enquanto que a lingüística da fala ou do discurso é responsável "pelo valor particular que determinado recurso pode adquirir num texto específico produzido por um indivíduo".
Mas ambas atuando juntas numa harmoniosa dicotomia, pois "qualquer tendência estética se volta para um trabalho de recriação ou renovação das formas de manifestações lingüísticas", embora haja "divergências de acepções encontram na linguagem um denominador comum."
Resumindo: a estilística ocupa-se do estudo do uso individual dos recursos da linguagem, quanto à capacidade de comunicar, emocionar e sugestionar.
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