Desvios Estilístico
OS DESVIOS ESTILÍSTICOS
O desvio é o caminho mais curto, nem sempre o melhor, para se chegar há algum lugar. Todo mundo sabe disso, mas em se tratando de estilística, o desvio é aquele pecado cometido contra a sacro-santa norma.
Que atire a primeira pedra ou faça a primeira crítica quem nunca se valeu de uma hipérbole, de uma metáfora, silepse ou mesmo um neologismo. Pois desde que o mundo é mundo o danado existe e é usado por gregos e troianos, negros e baianos, santos e profanos, em versos brancos ou rimados. Por cultos e iletrados. Todos pecando contra a puritana norma.
Basta uma breve caminhada na companhia do Castro Alves, do Pessoa, do Mario de Andrade, do Quintana para se notar a enxurrada de transgressões cometidas por esses escritores. Cada um com seu estilo, com sua maestria e intenção fizeram uso dos mais variados recursos de desvios que possa supor nossa vã imaginação.
A respeito do desvio estilístico é preciso perceber que os mesmos ocorrem em dois planos distintos: o plano da expressão que compreende o nível da morfologia (Metaplasmos) e o nível da sintaxe (Metataxe); e o plano do conteúdo compreendendo o nível semântico (Metassememas) e o nível da lógica (Metalogismos).
Os metaplasmos são as alterações (desvios) que acontecem no plano morfológico/fonológico ou se preferir morfofonológico. As mais freqüentes ocorrências são: aférese, síncope, entre outros.