TÉCNICAS DE REDAÇÃO - NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO
I- NARRAÇÃO
Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado:
onde ?
|
quando? --- FATO --- com quem?
|
como?
A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio.
É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de ENREDO.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas) no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes( mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR.
Além de contar onde , o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO.
É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR, que pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3a. pessoa: ELE...).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
II - DESCRIÇÃO
Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com palavras.
No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS.
Ex. O pássaro é azul . 1-Caracterizado: pássaro / 2-Caracterizador ou característica: azul / O verbo que liga 1 com 2 : é
Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (caracterização subjetiva).
III- DISSERTAÇÃO
Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de discurso: a DISSERTAÇÃO.
Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer, influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma dissertação.
Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta.
Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E COERENTE e organizadas de maneira LÓGICA:
a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou subordinativas, dependendo da idéia que se queira introduzir e defender; é por isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.
b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes:
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.
A INTRODUÇÃO é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos:
1. Transforme o tema numa pergunta;
2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA);
3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).
O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros, reconhecidos publicamente).
A CONCLUSÃO é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as idéias do texto para que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro.
Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor: 1. Entenda bem o tema; 2. Reflita a respeito dele;3. Passe para o papel as idéias que o tema lhe sugere; 4. Faça a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de idéias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no DESENVOLVIMENTO do texto.
PROCEDIMENTOS INTRODUTÓRIOS DA DISSERTAÇÃO
Há muitos procedimentos para se elaborar o parágrafo introdutório(tese): partindo do geral para o particular, dom passado para o presente, usando comparações, conceitos, definições, citações, interrogações, informações ou constatações, caracterizações, narrações, linguagem figurada, etc. O parágrafo introdutório(tese) apenas apresenta o assunto.
PROCEDIMENTOS NO DESENVOLVIMENTO DA DISSERTAÇÃO
O desenvolvimento é a parte mais extensa do texto dissertativo. Compreende ao argumentos (evidências, exemplos, justificativas, etc.) que darão sustentação à tese – idéia central, apresentada no primeiro parágrafo. O conteúdo dos parágrafos de desenvolvimento deve obedecer a uma progressão: repetir idéias apenas mudando as palavras resulta em redundância. É preciso encadear os enunciados de maneira que se completem (cada enunciado acrescentará informações novas ao anterior). Deve-se também evitar a reprodução de clichês, fórmulas prontas e feitas – recursos que enfraquecem a argumentação.
Há diversos tipos de argumentação: histórica, por exemplificação, por comparação, pos constatação, por testemunho, etc.
PROCEDIMENTOS DE CONCLUSÃO DA DISSERTAÇÃO
Quando elaboramos uma dissertação, temos sempre um objetivo definido: defender uma idéia, um ponto de vista. Para tanto, formulamos uma tese interessante, que será desenvolvida com eficientes argumentos, até atingir a última etapa da estrutura dissertativa: A CONCLUSÃO. Assim as idéias devem ser articuladas numa seqüência que conduza logicamente ao final do texto. Para textos com teor informativo, caberá a conclusão que condense as idéias consideradas. Já no caso de textos cujo conteúdo seja polêmico, questionador, recomenda-se a conclusão que proponha soluções ou levante hipóteses acerca do tema discutido.
Observe alguns dos procedimentos adequados para se concluir um texto dissertativo:
Síntese da discussão- apropriada para textos expositivos, limita-se a condensar as idéias defendidas ao longo da explanação.
Retomada da tese- é a confirmação da idéia central. Reforça a posição apresentada no início do texto. Contudo, deve-se evitar a redundância ou mera repetição da tese.
Perspectiva(s) de solução- partindo de questões levantadas na argumentação, consiste na proposta ou sugestão de soluções para os problemas discutidos.
Com interrogação- só deve ser utilizada quando trouxer implícita a crítica procedente, que instigue a reflexão do leitor. É preciso evitar concluir a redação com perguntas que repassem ao leitor a incumbência de encontrar respostas que deveriam estar contidas no próprio texto.
A DIFERENÇA ENTRE DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÂO
Esquema da narração
Tipos de redação ou composição
Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação (ou composição). Existem três tipos de redação: descrição, narração e dissertação. É importante que perceba a diferença entre elas. Leia, primeiramente, as seguintes definições:
Descrição
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem.
Exemplo:
A sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.
Narração
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certas personagens.
Exemplo:
Numa noite chuvosa do mês de Agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.
Dissertação
É o tipo de composição na qual expomos idéias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as comprovem.
Exemplo:
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional. Argumentam alguns que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos problemas sócio econômicos e que despertasse no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável.
Não há como confundir estes três tipos de redação:
A descrição aponta os elementos que caracterizam os seres, objetos, ambientes e paisagens.
A narração implica uma idéia de ação, movimento empreendido pelos personagens da história.
Já a dissertação assume um caráter totalmente diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou fatos específicos, mas analisa certos assuntos que são abordados de modo impessoal.
Nilza Aparecida Hoehne Rigo
I- NARRAÇÃO
Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado:
onde ?
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quando? --- FATO --- com quem?
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como?
A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio.
É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de ENREDO.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas) no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes( mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR.
Além de contar onde , o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO.
É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR, que pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3a. pessoa: ELE...).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
II - DESCRIÇÃO
Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com palavras.
No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS.
Ex. O pássaro é azul . 1-Caracterizado: pássaro / 2-Caracterizador ou característica: azul / O verbo que liga 1 com 2 : é
Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (caracterização subjetiva).
III- DISSERTAÇÃO
Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de discurso: a DISSERTAÇÃO.
Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer, influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma dissertação.
Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta.
Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E COERENTE e organizadas de maneira LÓGICA:
a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou subordinativas, dependendo da idéia que se queira introduzir e defender; é por isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.
b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes:
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.
A INTRODUÇÃO é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos:
1. Transforme o tema numa pergunta;
2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA);
3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).
O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros, reconhecidos publicamente).
A CONCLUSÃO é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as idéias do texto para que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro.
Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor: 1. Entenda bem o tema; 2. Reflita a respeito dele;3. Passe para o papel as idéias que o tema lhe sugere; 4. Faça a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de idéias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no DESENVOLVIMENTO do texto.
PROCEDIMENTOS INTRODUTÓRIOS DA DISSERTAÇÃO
Há muitos procedimentos para se elaborar o parágrafo introdutório(tese): partindo do geral para o particular, dom passado para o presente, usando comparações, conceitos, definições, citações, interrogações, informações ou constatações, caracterizações, narrações, linguagem figurada, etc. O parágrafo introdutório(tese) apenas apresenta o assunto.
PROCEDIMENTOS NO DESENVOLVIMENTO DA DISSERTAÇÃO
O desenvolvimento é a parte mais extensa do texto dissertativo. Compreende ao argumentos (evidências, exemplos, justificativas, etc.) que darão sustentação à tese – idéia central, apresentada no primeiro parágrafo. O conteúdo dos parágrafos de desenvolvimento deve obedecer a uma progressão: repetir idéias apenas mudando as palavras resulta em redundância. É preciso encadear os enunciados de maneira que se completem (cada enunciado acrescentará informações novas ao anterior). Deve-se também evitar a reprodução de clichês, fórmulas prontas e feitas – recursos que enfraquecem a argumentação.
Há diversos tipos de argumentação: histórica, por exemplificação, por comparação, pos constatação, por testemunho, etc.
PROCEDIMENTOS DE CONCLUSÃO DA DISSERTAÇÃO
Quando elaboramos uma dissertação, temos sempre um objetivo definido: defender uma idéia, um ponto de vista. Para tanto, formulamos uma tese interessante, que será desenvolvida com eficientes argumentos, até atingir a última etapa da estrutura dissertativa: A CONCLUSÃO. Assim as idéias devem ser articuladas numa seqüência que conduza logicamente ao final do texto. Para textos com teor informativo, caberá a conclusão que condense as idéias consideradas. Já no caso de textos cujo conteúdo seja polêmico, questionador, recomenda-se a conclusão que proponha soluções ou levante hipóteses acerca do tema discutido.
Observe alguns dos procedimentos adequados para se concluir um texto dissertativo:
Síntese da discussão- apropriada para textos expositivos, limita-se a condensar as idéias defendidas ao longo da explanação.
Retomada da tese- é a confirmação da idéia central. Reforça a posição apresentada no início do texto. Contudo, deve-se evitar a redundância ou mera repetição da tese.
Perspectiva(s) de solução- partindo de questões levantadas na argumentação, consiste na proposta ou sugestão de soluções para os problemas discutidos.
Com interrogação- só deve ser utilizada quando trouxer implícita a crítica procedente, que instigue a reflexão do leitor. É preciso evitar concluir a redação com perguntas que repassem ao leitor a incumbência de encontrar respostas que deveriam estar contidas no próprio texto.
A DIFERENÇA ENTRE DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÂO
Esquema da narração
Tipos de redação ou composição
Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação (ou composição). Existem três tipos de redação: descrição, narração e dissertação. É importante que perceba a diferença entre elas. Leia, primeiramente, as seguintes definições:
Descrição
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem.
Exemplo:
A sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.
Narração
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certas personagens.
Exemplo:
Numa noite chuvosa do mês de Agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.
Dissertação
É o tipo de composição na qual expomos idéias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as comprovem.
Exemplo:
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional. Argumentam alguns que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos problemas sócio econômicos e que despertasse no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável.
Não há como confundir estes três tipos de redação:
A descrição aponta os elementos que caracterizam os seres, objetos, ambientes e paisagens.
A narração implica uma idéia de ação, movimento empreendido pelos personagens da história.
Já a dissertação assume um caráter totalmente diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou fatos específicos, mas analisa certos assuntos que são abordados de modo impessoal.
Nilza Aparecida Hoehne Rigo