10 ERROS DE REDAÇÃO
Um jovem estudante enviou um e-mail solicitando orientações práticas para escrever. Ele quer conhecer os 10 erros e os 10 acertos na redação de um texto.
A mídia acostumou as pessoas ao número 10 – Os 10 livros mais vendidos; as 10 músicas mais escutada; os 10 artistas mais famosos de Hollywood; as 10 mulheres mais belas do mundo. Por que não os 10 acertos ou os 10 piores erros de redação?
Começarei com as más notícias e deixarei a boas para os próximos dias. Iniciarei com os dez erros. Segundo minha opinião, cada educador deve ter sua lista, mas coloco a minha – que não é definitiva - no intuito de auxiliar os estudantes. E não falo de erros ortográficos – tem especialistas que cuidarão da nova ortografia – eu falo da maneira de estruturar um texto.
O aforismo esclarece que “a crítica é fácil e a arte difícil”. E é assim mesmo, quando a gente olha o texto de outro parece que é tão... como dizer... pobrezinho! Sem imaginação, cheio de erros. Céus! Como eles escrevem mal, pensamos. Mas quando é nosso texto que está em julgamento sempre achamos uma maneira de dissimular os desacertos.
Elaborei uma lista dos dez erros comuns. São orientações que podem ajudar no momento “h”:
1) Evite escrever um texto longo demais. Só autores muito especiais podem fazer isso sem cansar o leitor. Textos longos tem tendência de serem monótonos.
2) Cuidado com as repetições de palavras ou de idéias. Leia e releia seus textos para cortar repetições. Corte as redundâncias. Entre as mais comuns: subi para cima, desci para baixo, sai para fora, entre para dentro, o desenlace final da novela, ganhei um brinde grátis.
3) E o gerúndio? Não caia no gerundismo. Na atualidade existe uma guerra contra o gerúndio. Então não exagere. O gerúndio pode ser usado com bom senso. Não é utilizado quando o verbo está no futuro. Se falar, por exemplo: estarei passando a ligação, alguém poderá assinalar: você está errando. O gerúndio denota ações no presente. Mas o gerúndio pode ser usado corretamente quando transmite idéias de movimento, progressão, duração, continuidade. “ Ficou lendo um livro”, “permaneceu um longo tempo olhando pela janela”, “ pegando o microfone falou calmamente”, etc.
4) Evite infantilizar o texto colocando diminutivos: Joãozinho brincava com um carrinho com seu amiguinho (até crianças detestam essa forma de falar, pior ainda colocar em textos).
5) Cuidado com o advérbio de modo. Seu uso é correto, mas a abundância de “mente” dá a sensação que estica a frase. Monotonamente.
6) Evite gírias, que podem comprometer uma redação. Com exceção de casos em que o discurso dos personagens exige gírias para dar verossimilhança.
7) Suprima também estrangeirismo. Defenda sua língua. A língua portuguesa é riquíssima. Se o personagem lembra seu passado, porque dizer que o autor faz um flash back, se em português existe a palavra recuo, uma das acepções da palavra recuo é: afastamento no espaço e no tempo.
8) O Romantismo teve uma época de ouro. Porém, as frases usadas pelos escritores e poetas românticos foram mal empregadas e se desgastaram. Algumas tornaram-se clichês como: “o fogo da paixão”, “o amor é como o fogo”, “meu coração sofreu”, “cabelo da cor do trigo”etc.
9) Não exagere. É verdade que às vezes sentimos raiva, e até desejos de dar um soco no nariz de alguém que despreza nossa novela preferida ou que elogia um livro que odiamos. Mas, no momento de escrever temos que tentar... ao menos tentar, argumentar de maneira clara e equilibrada. Nem sempre é possível, eu sei...
10) Uma regra de ouro: Não copie o texto de seu companheiro, talvez ele seja pior escritor do que você.