VOCÊ PREFERE LITERATURA OU TEATRO?

Lemos porque queremos entender a realidade de outro ponto de vista ou porque precisamos fugir dela, por um momento, para voltar mais lúcidos.

Lemos porque queremos saber como os outros vivem, enfrentam os problemas, como vencem ou como sucumbem. Lemos porque queremos ver nosso eu refletido no mundo dos personagens.

Tanto a leitura de obras ficcionais quanto o teatro nos levam pelo caminho do entretenimento e da reflexão. Às vezes, nos arrastam pelo caminho da catarse. Mas as estradas que percorrem são muito diferentes.

A fascinação do teatro é o arroubamento emocional, a revelação da mente coletiva, a participação grupal - que alimenta, além do instinto estético, o instinto gregário do ser humano.

Os espectadores estão fisicamente próximos, sentados em cadeiras, assistindo à peça, e são sacudidos por emoções da mesma natureza. Estão lado a lado. Podemos ver que os casais ficam de mãos dadas. Os pais sorriem para os filhos. Os amigos trocam palavras e pequenos comentários. Os espectadores riem, entristecem ou choram juntos. Nesse aspecto a leitura é uma atividade oposta ao teatro.

A leitura é - geralmente - solitária. Podemos falar de um livro com um amigo, familiar ou colega de trabalho. Mas no momento de ler, estamos sozinhos. Contudo, um bom livro nos faz suportar melhor a solidão. A maioria dos seres humanos experimenta medo ou sensação de desamparo ao ficar só, e a leitura nos ajuda a vencer esse medo, esse desamparo. Ela nos introduz no coração da solidão. Tornamo-nos mais fortes.

A leitura de um romance ou de um livro de contos coloca em jogo a imaginação, a fantasia, a curiosidade, o raciocínio e até a teoria de valores do leitor. O escritor Jorge Luiz Borges dizia que ler deve ser um ato prazeroso.