GAZEL
palavra de origem árabe [gazal] que significa requebro, galanteio; poesia erótica. Outras formas: GHAZAL , GHAZEL, GASAL
Poesia amorosa dos persas e árabes, é ainda muito comum na Índia e no Paquistão.
Tradicionalmente era uma recitação poética acompanhada pela música, mas hoje em dia é concebida como cantiga hindi/urdu, em que a maior preocupação está na lírica, nos versos.
O gazel compõe-se de vários dísticos, admitindo 15 dísticos no máximo, rimando os versos do primeiro dístico entre si e com o segundo verso de cada um dos outros dísticos. Poema leve, embora
seja comum o tema do sacrifício da vida pelo amor, idealístico ou até místico.
São famosos os gazéis de Hafiz, poeta persa do séc. XIV. Sua obra intitulada "Diwan", abrange mais de 500 poemas líricos curtos, chamados gazéis na tradição poética islâmica.
Infelizmente, a maioria dos seus poemas, quando traduzidos, primeiramente para o inglês, perderam a rima dística. Por isso não coloquei nenhum neste apontamento.
Apreciem os dois gazéis abaixo e reparem na composição rímica.
1.
GAZAL DA ODALISCA ABANDONADA ---- de Ly Sabas
Olhos negros em véus disfarçados
Procuram, ávidos, outros amados.
Baila, volúvel, como o vento,
Quadril e braços em movimentos apaixonados.
Mãos que despem e acariciam,
Olhos que buscam angustiados.
Pés que rodopiam ligeiros
Escapam de tecidos desprezados.
Cabelos revestem nudez,
Capulho de raios dourados.
Cabeça agradece altiva
Aplausos arrebatados.
Coração e razão digladiam,
Sentimentos desencontrados.
2.
GAZEL DOS VICIADOS... ---- de Angela Bretas
Finda-se o dia em franjas de tons alaranjados
Despede-se o sol, com seus raios dourados...
Descortinam-se as nuvens abrindo caminho
À lua; testemunha de nossos corpos apaixonados...
Nova noite, lua cheia, meia-luz em nosso ninho
Os lençóis, em desalinho por nós jogados...
Nossa tez, nossas bocas, faíscas de energia
Se completam, sem pudor, nem pecados...
Tudo é válido, nesta entrega, que sacia e vicia
Madrugada avança, o sono foge, desprezado..
A aurora avisa que o dia desperta invejoso
Sorrimos com ternura, desta rotina habituados...
E, sem pressa, antes que o sol insista tinhoso
Iniciamos o ritual dos eternos enamorados...
Fontes para estes apontamento:
www.angelabretas.com
www.culturauniversalonline
http://www.lysabas.prosaeverso.net