GÊNERO DRAMÁTICO
GÊNERO DRAMÁTICO
Dramático vem do verbo grego “drao”, e quer dizer: fazer, agir. A principal característica do gênero dramático é a ação. Este gênero ultrapassa a literatura propriamente dita, valorizando o texto dramático que pode ser em verso ou em prosa.
O gênero dramático só se complementa com a atuação de atores no espetáculo teatral.
As principais manifestações dramáticas são:
TRAGÉDIA - forma dramática de origem grega, usa uma linguagem rebuscada e apresenta personagens da aristocracia que, vitimados pelo destino caem em desgraça. Procura inspirar pelo horror e piedade, provocando a reflexão sobre o sentido da existência humana.
COMÉDIA - também de origem grega, apresentava originalmente personagens de caráter vicioso e vulgar, que protagonizavam atitudes ridículas. A comédia é uma sátira de comportamentos individuais e coletivos com o intuito moralizante.
Atualmente a comédia representa aspectos da vida cotidiana como tema, provocando o riso.
DRAMA – surgiu no séc. XVIII, e é uma fusão entre tragédia e comédia, apresentando ações heróicas ao lado de atitudes risíveis.
PROSA DE FICÇÃO
No estudo do gênero narrativo vimos que ele se divide em: epopéia, romance, novela e conto. Os três últimos apresentam como característica: narrador, personagens, ação, espaço e tempo.
Definição de ficção: a palavra “ficção” tem sua origem no verbo latino “fingere” que quer dizer “fingir, criar, imaginar”. Segundo Humberto Eco são “mundos construídos”, realidades possíveis. Produzir ficção é, portanto, um exercício de liberdade imaginativa e de capacidade criadora. Devemos ter sempre em mente que a prosa de ficção nos apresenta mundos construídos, universos imaginados. Nunca se pode dizer que o que o romance ou conto nos mostra é verdadeiro ou falso, como acontece numa notícia de jornal.
O que interessa à ficção é a verossimilhança: a coerência entre o que ocorre, e o que a lógica do universo construído possibilita que ocorra. Por exemplo, num livro de ficção científica, uma nave espacial pode alcançar a velocidade da luz – desde que a organização dos dados do universo imaginado o admitam.
A AÇÃO
As vivências e atitudes dos personagens conduzem à ação de um texto narrativo. Há uma seqüência de fatos e acontecimentos a serem contados. Essa seqüência cronológica de fatos e acontecimentos constitui a história; a organização dessa seqüência resulta no enredo, ou intriga. Dessa forma a o enredo de um texto narrativo resulta de um trabalho de montagem desenvolvido pelo ficcionista a partir dos elementos fornecidos pela história.
Partes da história
Uma história pode ser esquematicamente a passagem de uma situação inicial para uma situação final, devido à ocorrência de transformações. Essas transformações decorrem do surgimento de conflitos entre os personagens. De acordo com esse esquema, podem-se apontar as seguintes partes componentes de uma história: a apresentação, a complicação, o clímax e o desfecho.
• Apresentação – nesta parte, mostra-se ao leitor os primeiros dados do mundo construído, como os personagens e suas características, o espaço em que se movimentam, as relações que mantêm entre si e suas referências temporais; expõe-se aqui a situação inicial do universo ficcional.
• Complicação – é o momento em que se rompe o equilíbrio do estado inicial; por causa das atitudes de algum personagem ou de um acontecimento, surgem conflitos e começam a ocorrer transformações que conduzem a narrativa ao ponto máximo de tensão.
• Clímax – é o ponto máximo de tensão, resultante da convergência de vários conflitos vividos pelos personagens.
• Desfecho ou desenlace – corresponde à situação final, ou seja, ao novo equilíbrio que se alcança depois do clímax.
OS PERSONAGENS
Os personagens de uma narrativa são seres fictícios, criaturas de papel e tinta moldadas pelo escritor por meio da organização de traços recolhidos da realidade e trabalhados pela imaginação. Inseridos num mundo construído que segue uma coerência interna, os personagens subordinam-se a ela, agindo e reagindo de acordo com as regras de funcionamento desse universo possível. Sua movimentação é que determina o andamento da ação: o enredo existe por meio de personagens, que nele ganham vida.
Categorias de personagens:
• Protagonista – é o personagem principal da narrativa, a quem se devem as principais ações dinamizadoras do enredo, ou a quem o texto dedica maior pormenorização de atitudes e emoções. É comum denominá-lo herói quando se afirma por suas qualidades físicas ou morais.
• Antagonista - é o principal opositor do protagonista. Suas atitudes provocam o surgimento de conflitos, cuja superação conduz às transformações.
• Personagens secundários, adjuvantes ou coadjuvantes - surgem ao redor do protagonista ou do antagonista, auxiliando-os ou prejudicando-os em suas atitudes. Sua atuação é mais ou menos a mesma ao longo de toda a trama.
O TEMPO
O mundo construído pelo ficcionista apresenta marcas temporais: podem ser indicações de datas ou horários, referências às partes do dia, às estações do ano, à posição dos astros no céu. É nesse fluxo de tempo que acontecem os fatos formadores da história; é nele que os personagens desenvolvem seus dramas e conflitos.
O ESPAÇO
Os componentes físicos que servem de cenário ao desenrolar da ação e aos movimentos dos personagens constituem o chamado espaço da narrativa: trata-se de mais um dos elementos do mundo construído pelo ficcionista.
O NARRADOR
O elemento do mundo ficcional responsável por sua apresentação a quem esteja interessado em conhecê-lo é o narrador. É sua existência que diferencia o gênero narrativo do gênero dramático: neste último, ação, personagens, espaço e tempo desenrolam-se diretamente diante do espectador. No gênero narrativo eles chegam ao leitor através do narrador. Ao ler um texto narrativo, você percebe a existência de uma voz que conta ou mostra os fatos: essa voz é o narrador.
Foco narrativo - é o ponto de vista assumido pelo narrador ao apresentar o mundo construído. De acordo com o foco narrativo que ele assume, o narrador se aproxima ou se distancia dos fatos narrados, dos personagens, da ação e daquele a quem narra. Sua posição pessoal pode tender à neutralidade ou ser claramente participativa.
Conforme a relação que o autor estabelece com o mundo construído pela ficção, costuma-se classificá-lo em narrador em primeira pessoa e narrador em terceira pessoa.
Narrador em primeira pessoa: é aquele que participa dos dados e fatos do mundo construído como protagonista ou testemunha, construindo o que se chama narrador-personagem.
Narrador em terceira pessoa: é aquele que relata uma história da qual ele não participa, pois não é personagem do mundo ficcional apresentado.