REDONDILHA
De forma simplificada, Redondilha é o nome que se dá ao verso de cinco sílabas poéticas ou ao verso de sete sílabas poéticas.
O verso de cinco sílabas poéticas é chamado de redondilha menor e o de sete chama-se redondilha maior.
De origem espanhola, a palavra redondilha [redondilla, redondinha, do latim rotundus ,a, um, redondo] fundiu-se no Português no século XVI, significando "verso curto" e tendo duas formas: a heptassilábica (7 sílabas métricas) e a pentassilábica (5 sílabas métricas). Compunham as quadras e o mote, via de regra, prendia-se a assunto leve, brincalhão, irônico, versos de escárnio e maldizer.
Em português deu origem à trova, usando os versos de 7 sílabas.
Para diferenciar as duas formas de redondilha, atribuiu-se o nome de redondilha Perfeita, Medida Velha ou Maior à mais longa (heptassilábica) e de redondilha Menor à mais curta (pentassilábica).
Camões, por exemplo, escreveu poemas líricos em redondilhas maiores, constituídos por um mote e voltas, que apenas visavam a brincadeiras com as palavras e/ou trocadilhos.
Descalça vai para a fonte
"Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
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Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta. "
Um exemplo escrito por Chico Buarque de Holanda (trecho de "Paratodos") também em redondilha maior:
"O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro.
Foi Antonio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas."
De Gonçalves Dias, trecho de "Canção do Exílio":
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá."
Ainda de Gonçalves Dias, trecho de " I-Juca Pirama", escrito em redondilha menor:
"Sou bravo, sou forte,
Sou filho do norte,
Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi."