Deus é mais ! Parece que não acabavam mais... tchau, 5 ÚLTIMAS FIGURAS DE LINGUAGEM !!!
Deixamos claro que, propositadamente (com
o objetivo de facilitar a assimilação das já abordadas) algumas das
figuras de linguagem não foram mencionadas, tais como : metalepse,
epizêuxis, sinestesia. Isso não significa que essas sobre as quais não
fizemos uma abordagem sejam desinteressantes. Nada disso. Apenas
SELECIONAMOS aquelas mais comumente utilizadas no dia-a-dia.
Assim, com a abordagem dos cinco tipos a
serem dados hoje, damos por concluído esse longo e tenebroso as-
sunto chamado "FIGURAS DE LINGUAGEM", para evitar que o amigo
leitor afugente desse nosso contato gramatical quase diário.
Os cinco tipos a serem abordados hoje são :
- prosopopéia (ou personificação)
- pleonasmo (não confundir com o PLEONASMO VICIOSO. Este é
"vício" e não, "figura de linguagem")
- polissíndeto
- silepse
- zeugma.
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P R O S O P O P É I A
Ocorre quando, mentalmente, transforma-
mos numa espécie de seres humanos, objetos, animais, seres sem vi-
da, ou seja : dirigimo-nos a isso (objetos, animais, etc), COMO SE
ELES TIVESSEM A CAPACIDADE DE ENTENDER-NOS.
Observe pelo exemplo :
"ESPELHO, ESPELHO meu, existe alguém mais feio, digo, mais
belo do que eu " ?
Veja que, neste exemplo, dirigimo-nos ao "espelho", que é um objeto, como se ele fosse capaz de ouvir-
nos e entender a pergunta que lhe dirigimos.
Outro exemplo de prosopopéia :
"Pára, VENTO, de fazer a janela bater".
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P L E O N A S M O
Ocorre quando usamos uma palavra redun-
dante (a princípio, desnecessária), mas que tem o objetivo de enfati-
zar uma idéia.
"Olhei COM MEUS PRÓPRIOS OLHOS e
é como se eu não estivesse vendo aquilo"
Só há possibilidade de se OLHAR com OS
OLHOS, obviamente. Porém, PARA ENFATIZAR A IDÉIA DE QUE "não
foram outros, senão OS MEUS OLHOS, a presenciarem determinado fa-
to ou cena.
Já se eu dissesse simplesmente "vi com
os olhos", aí já não teríamos uma figura de linguagem, mas um VÍCIO
DE LINGUAGEM, chamado pleonasmo VICIOSO, que se caracteriza pelo
uso de complementos DESNECESSÁRIOS.
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P O L I S S Í N D E T O
É a repetição EXAGERADA da conjun -
ção coordenativa aditiva "E" numa mesma frase.
É o oposto de ASSÍNDETO (este se carac-
teriza pelo NÃO EMPREGO da conjunção "e"
Exemplo de polissíndeto :
"E o português chegou ao Brasil E iniciou o convívio com o povo indígena E logo o forçou a aprender seus costumes E aos índios não restava outra alternativa senão submeterem-se"
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S I L E P S E
Conforme um artigo específico anterior,
consideramos essa figura de linguagem UMA NEGAÇÃO DA PRÓPRIA
GRAMÁTICA, já que ela , A SILEPSE SE CARACTERIZA POR UMA CON-
CORDÂNCIA I D E O L Ó G I C A , isto é, a concordância verbal ou
nominal tem como base O QUE ESTAMOS PENSANDO e não o que a
frase expressa.
Observe estes exemplos de silepse :
"A MULTIDÃO enfurecida GRITAVAM sem parar"
(repare que o sujeito "a multidão" está no singu-
lar, o que exigiria que o verbo "gritar" também
estivesse no singular.
Explicação que a silepse apresenta para essa
"discordância" :
a forma verbal "gritavam" está no plural porque
(ah, ah, ah!) a palavra MULTIDÃO INDICA CEN-
TENAS OU MILHARES DE PESSOAS...
Outro exemplo de silepse :
"O POVO brasileiro SOMOS do tipo acomodado"
(Explicação apresentada pela silepse para justifi-
car o emprego da forma verbal, no plural, "so-
mos" :
Quando falamos "o povo SOMOS", A PESSOA QUE
PROFERIU A FRASE S E I N C L U I U no meio
desse povo)
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Z E U G M A (UFA! O ÚLTIMO TIPO!!!)
Consiste na não repetição de uma pala-
vra já subentendida ou já mencionada antes, numa mesma frase.
Observe pelo exemplo :
"Papai adora pescar; minha mãe, costurar".
No trecho "minha mãe, costurar", a vírgula de-
pois de "mãe" SUBSTITUI a palavra "adora" que já fora citada antes.
É como se essa frase tivesse esta estrutura:
"Papai adora pescar e mamãe ADORA costurar"
A L E L U I A !